Nesta sexta-feira, às 16h pelo horário de Brasília (11h no horário local), os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, se reúnem cara a cara na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, no Alasca. Durante a Guerra Fria, o local abrigou radares e operações de espionagem contra a então União Soviética. Agora, serve de palco para uma tentativa de encerrar um dos conflitos mais catastróficos para o imperialismo: a guerra na Ucrânia.
O formato da reunião será o seguinte:
- Primeira etapa: cerca de uma hora a portas fechadas, apenas com intérpretes.
- Segunda etapa: entrada das comitivas, compostas por ministros e altos assessores de segurança e diplomacia.
- Etapa final: entrevista coletiva, na qual se espera — embora sem garantias — o anúncio de uma proposta concreta para cessar-fogo.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensqui, não foi convidado para esta rodada inicial, o que já gerou apreensão na Ucrânia e entre aliados europeus. Na quarta-feira (13), ele realizou uma videoconferência com Trump para reafirmar que não aceitará acordos que reconheçam a perda de território.
Desde fevereiro de 2022, quando tropas russas iniciaram a operação militar especial na Ucrânia, a Rússia consolidou controle militar sobre cerca de 20% do território ucraniano. Entre as regiões sob domínio russo estão:
- Crimeia (anexada em 2014),
- Zaporija,
- Donbas (Donetsk e Luhansk).
Nos últimos dias, Trump e Putin adotaram discursos mistos, alternando otimismo e advertências.
- Putin elogiou os “esforços sinceros” do governo norte-americano, mas condicionou a paz a um acordo que também restrinja arsenais estratégicos, incluindo armas nucleares — abrindo margem para negociações além do conflito ucraniano.
- Trump afirmou acreditar que “Putin fará um acordo”, mas calculou em 25% a chance de fracasso. “Será como uma partida de xadrez”, disse. Ele já fala em uma possível segunda reunião, possivelmente com a presença de Zelensqui.
O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou que, embora os Estados Unidos atuem como mediadores, “em última instância, caberá à Ucrânia e à Rússia concordar pela paz”.



