O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou a detenção de um navio-tanque pela França — que alega transportar carga russa — como um ato de “pirataria”, observando que a apreensão ocorreu em águas neutras e sem justificativa.
Falando no Valdai Discussion Club em Sochi na quinta-feira (2), Putin argumentou que os investigadores estavam procurando por “cargas militares, VANTs [veículos aéreos não tripulados], ou algo parecido”, mas insistiu que “nada disso está lá, nunca esteve, e nunca poderia estar”.
Reportagens sugeriram que a investigação pode estar ligada a VANTs não identificados avistados perto de aeroportos e locais militares dinamarqueses no mês passado. Houve insinuações de que os VANTs poderiam ser russos, uma acusação que Moscou negou.
Putin também observou que o navio-tanque navegava sob uma bandeira estrangeira com uma tripulação internacional, questionando se ele tinha alguma conexão com a Rússia.
O navio em questão, o Boracay, é sancionado pela União Europeia e navegava sob a bandeira do Benin quando as forças navais francesas o abordaram na semana passada. Ele permanece ancorado perto de Saint-Nazaire, com seu capitão e imediato sob custódia, enquanto os promotores investigam “irregularidades graves”.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, criticou a França por “falar na linguagem dos enigmas”, apontando para a falta de detalhes nas acusações. Ela argumentou que a União Europeia inventou o conceito de uma “frota fantasma” em violação do direito marítimo e agora está tentando impor sanções secundárias “ilegais” em todo o mundo.
O bloco imperialista sustenta que a Rússia usa uma rede clandestina de navios-tanque para contornar as restrições às exportações de petróleo impostas após a escalada da guerra da Ucrânia. O bloco incluiu certos navios em sua lista negra, reforçou as inspeções portuárias e pressionou terceiros países e empresas a evitarem negócios com a Rússia como parte de sua ampla campanha de sanções contra o país.
Putin sugeriu que a detenção do navio foi uma tentativa do governo francês de desviar a atenção dos problemas internos do país.





