O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que vai acionar judicialmente o locutor Cuiabano Lima e a direção da 57ª Expoagro, em Cuiabá, por declarações feitas durante o evento no último fim de semana. A “ofensa” que gerou a reação dos petistas? Um palavrão — dirigido à esquerda — durante a fala do locutor em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Depois de um discurso do prefeito bolsonarista Abílio Brunini (PL), que atacou diretamente o PT, o locutor declarou no palco: “Eu sou Bolsonaro, o prefeito é Bolsonaro, Mato Grosso é Bolsonaro, p****!”. Em seguida, acrescentou: “Eu quero mandar, com todo respeito, um alô para a galera da esquerda: vão pra p*** que p****, ok? Valeu, obrigado, prefeito!”. A declaração foi gravada por participantes do evento e teve enorme alcance nas redes sociais.
Rapidamente, o PT reagiu. Em nota pública, o partido acusou Cuiabano Lima de “discurso de ódio” e afirmou que irá buscar responsabilização judicial, não apenas contra o locutor, mas também contra a organização do evento. O deputado estadual Valdir Barranco (PT) declarou que “não se trata apenas de um ataque verbal”, mas de uma “tentativa de intimidar, excluir e silenciar milhões de brasileiros que pensam diferente”.
O partido também condenou a direção da Expoagro, alegando que se tratava de um evento com apoio público e que, portanto, deveria “promover cultura, respeito e convivência democrática”. Para os petistas, permitir que alguém diga palavrões contra a esquerda em público é uma “cena grotesca” e um “episódio inaceitável de ódio político”.
A reação do PT mostra como o partido está cada vez mais à vontade para defender a censura e a repressão judicial — desde que os alvos sejam seus adversários. Fica claro que não se trata de combater ameaças reais, mas de transformar o Judiciário em instrumento de controle político e supressão de qualquer crítica. A mesma legenda que se calou — ou apoiou — decisões como a cassação de mandatos por “fake news”, a censura de páginas e a prisão de adversários, agora pede cadeia para quem ousa dizer “vá para p*** que p****” em um rodeio. Um palavrão de palco virou motivo para processo judicial e possível condenação criminal.





