O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias, descreveu a recente ocupação das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado por parlamentares bolsonaristas, em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), como um “AI-5 parlamentar”. No entanto, a conduta dos bolsonaristas nada tem de novo e se espelha em atitudes praticadas pelo próprio partido do deputado.
A imagem de parlamentares da oposição ocupando as Mesas Diretoras para paralisar o trabalho legislativo não é inédita na história recente do Congresso brasileiro. A mesma manobra foi utilizada por senadoras do PT e de outros partidos de esquerda em 2017, durante o governo de Michel Temer, para protestar contra a votação da reforma trabalhista. Naquele episódio, liderado pela hoje ministra Gleisi Hoffmann, a ocupação da Mesa do Senado durou várias horas e foi uma forma de obstrução aos trabalhos.
A crítica de Lindbergh, que classificou a atitude dos bolsonaristas como um “ataque à democracia” e um “sequestro da Mesa”, contrasta com a história de seu próprio partido. Em 2017, a ocupação foi justificada como uma forma legítima de resistência contra uma medida considerada prejudicial aos trabalhadores. Agora, o mesmo tipo de ação é descrito como uma agressão às instituições e uma lembrança dos “tempos sombrios da ditadura militar”.





