Em mais uma defesa vergonhosa do regime nazista da Ucrânia, o jornal Opinião Socialista, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), decidiu publicar um artigo tentando enquadrar os fatos mais recentes à sua tese aberrante em defesa da guerra promovida pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia.
Diz o artigo, logo em seu início:
“O novo governo Trump alterou a posição dos Estados Unidos, aproximando-os dos interesses russos na Ucrânia. As cenas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sendo humilhado na Casa Branca, bem como as exigências para que ele aceite anexações territoriais e sujeite a Ucrânia à pressão russa, são a prova inequívoca dessa mudança. Trump suspendeu a ajuda financeira ao país como forma de pressão para que os termos russos, que preveem uma paz com anexações, sejam aceitos. Em paralelo, exige-se que Zelensky firme um acordo para a entrega das terras raras ucranianas às multinacionais estadunidenses.”
Sutilmente, o PSTU já introduz, logo de cara, uma distorção para tentar confundir os incautos. O máximo que se pode dizer é que Donald Trump alterou a posição do governo norte-americano, mas não “dos Estados Unidos”. A diferença é grande. Uma coisa é o governo, que é relativamente comandado por Trump e, portanto, pode agir nos limites do Poder Executivo.
Outra coisa é o Estado norte-americano em si. Isto é, a máquina estatal controlada a mão de ferro pelo imperialismo. A máquina composta pela Suprema Corte, pelas agências de inteligência, pelo Congresso etc. Tanto é assim que Trump, mesmo nos primeiros meses de governo, já coleciona derrotas junto à Suprema Corte.
Segue o artigo:
“Isso demonstra que a defesa que EUA e Europa promoviam em favor da Ucrânia não tinha relação com a soberania do país, mas fazia parte do plano para colonizá-la. Os interesses dos EUA se resumem a dominar a Ucrânia no plano econômico e, agora, para assegurar esse domínio, uma parte será cedida à Rússia. Ademais, o fato de Trump também querer enfraquecer a aliança entre o imperialismo chinês e a Rússia só reforça que os três se movem cada um segundo seus interesses imperialistas.”
Esse trecho contém, antes de tudo, uma confissão: a de que “EUA e Europa” – leia-se o imperialismo norte-americano e o imperialismo europeu – apoiam a Ucrânia. Isto é, que o PSTU está ao lado do imperialismo!
Também contém uma outra distorção. O imperialismo, obviamente, quer colonizar a Ucrânia. Afinal, o imperialismo é um sistema de dominação mundial – isto é, de colonização. Mas o trecho acima indicaria que o imperialismo europeu, por exemplo, estaria querendo o fim da guerra, tanto quanto Trump, para enfim conseguir “colonizar” a Ucrânia.
Só alguém que more em Marte acreditaria nisso. O fato é que o imperialismo europeu está fazendo um esforço gigantesco para manter a guerra. Emmanuel Macron, um dos seus principais porta-vozes, chegou a ameaçar iniciar um conflito nuclear!
O imperialismo norte-americano, obviamente, também quer a guerra. Como já explicamos, o imperialismo é uma coisa, e o governo norte-americano é outra.
Também convém destacar a inocência – será mesmo? – do PSTU ao falar que, agora, o imperialismo quer colonizar a Ucrânia. E colocar bases da OTAN no país seria o que, se não o colonizar? Seria libertar o país? As bases da OTAN serviriam para garantir a soberania da Ucrânia? É ridículo, e só demonstra a adaptação do PSTU à política do imperialismo.
É preciso, por fim, denunciar a fraude do PSTU ao considerar a Rússia e a China como imperialistas. Se fosse fato, seria uma guerra inter-imperialista – o PSTU, portanto, não poderia ficar ao lado da Ucrânia, pois seria apoiar um setor do imperialismo. Mas isso não é fato. A posição da China e da Rússia, que sobrevivem da exportação de commodities, é defensiva perante o imperialismo. Esses países não têm bases militares fora da sua zona de influência, não controlam o mercado financeiro, não têm, nem de longe, a capacidade do imperialismo de impor sua política pelo globo.
Apesar de tentar analisar novos fatos, o PSTU aparece com a mesma política. Isto é, apoio total ao imperialismo, mesmo diante do desastre que se revelou a guerra da Ucrânia.