A recente sanção da lei que proíbe o uso de celulares em escolas é mais uma demonstração da política repressiva que domina o sistema educacional brasileiro. A medida, aprovada sem vetos pelo governo Lula, é apresentada como uma solução para melhorar o ambiente escolar, mas, na realidade, reflete uma tentativa de controle sobre a juventude e de censura ao livre acesso à informação.
O projeto, de autoria do deputado Alceu Moreira (MDB/RS), membro da direita neoliberal, é mais um exemplo da subserviência do governo às políticas do imperialismo. Proibir os celulares nas escolas é impedir que estudantes tenham acesso a ferramentas que expandem horizontes e oferecem oportunidades de aprendizado que muitas vezes a escola não consegue proporcionar.
As justificativas para a lei são fundamentadas em clichês que não resistem à análise. Afirma-se que a proibição ajudará a manter a atenção dos alunos nas aulas, mas a verdadeira questão é o conteúdo desinteressante e a estrutura repressiva das escolas. O modelo atual transforma o ato de estudar em uma obrigação desprovida de prazer ou significado. O problema não é o celular, mas a falência do sistema educacional que aliena professores e estudantes.
Historicamente, a escola tem sido um espaço de controle e repressão, onde a relação entre professor e aluno se assemelha à de carcereiro e preso. Em vez de fomentar o debate e o pensamento crítico, privilegia-se um ensino mecânico e autoritário, que ignora as necessidades reais da juventude. A proibição de celulares apenas reforça essa política repressiva, transformando as escolas em espaços ainda mais sufocantes e distantes da realidade social e tecnológica.
Os celulares, longe de serem vilões, são ferramentas essenciais no mundo contemporâneo. A Internet oferece possibilidades ilimitadas de aprendizado, permitindo que estudantes explorem temas de interesse e tenham acesso a informações além do currículo engessado das escolas.
A medida também é um reflexo do sucateamento geral da educação. Com escolas públicas abandonadas e professores mal remunerados, o Estado busca transferir a culpa do fracasso educacional para os estudantes e seus aparelhos, ignorando problemas estruturais como a falta de infraestrutura e alimentação adequada.
A proibição também deve ser analisada no cenário internacional. A mesma política repressiva se manifesta em países como os Estados Unidos e Austrália, que buscam limitar o acesso às redes sociais e à internet. Essa é uma tentativa do imperialismo de controlar o fluxo de informação e impedir que suas próprias contradições sejam expostas.