A Causa Operária TV (COTV) realizará na quarta-feira, 10 de dezembro, às 12h, a edição especial dedicada a expor, de maneira detalhada, o caso de Natália Pimenta, militante do Partido da Causa Operária (PCO) morta após ter o acesso a um medicamento vital bloqueado pelo aparato estatal e pelos grandes grupos do setor de saúde. A transmissão, anunciada originalmente para esta segunda-feira, foi remarcada para a nova data e manterá o mesmo objetivo: demonstrar, passo a passo, o funcionamento daquilo que Rui Costa Pimenta definiu como uma “indústria da morte” que opera sobre a população trabalhadora.

O especial reunirá o Departamento Jurídico do PCO e familiares, amigos e militantes que acompanharam o caso desde o início do tratamento. O presidente nacional do Partido, Rui Costa Pimenta, destacou que a transmissão terá caráter minucioso:
“Vamos mostrar que, por trás desse sistema, existe um aparato estruturado para negar atendimento a quem não consegue pagar por remédios caríssimos”, afirmou ao anunciar o programa.
O dirigente ressaltou ainda a dimensão social do problema:
“O caso dela não é isolado. Atinge milhares, centenas de milhares, talvez milhões de pessoas.”
O programa terá como eixo a reconstrução da sequência de obstáculos impostos ao tratamento de Natália, desde a prescrição médica até as negativas sucessivas que impediram a aplicação do medicamento durante quase dois meses.
No ato realizado na Biblioteca da Casa de Portugal, no dia 30 de novembro, Rui Costa Pimenta foi categórico ao afirmar:
“Isso não foi uma morte natural. Foi um assassinato.”
Segundo ele, Natália foi vítima de uma engrenagem que reúne interesses privados, burocracias estatais e decisões judiciais que operam a partir do critério de custo financeiro, e não de necessidade médica.
Durante a atividade, o dirigente adiantou que o programa será “o ponto de partida de uma campanha nacional para responsabilizar os envolvidos e denunciar a política de sacrifício da população trabalhadora em favor dos bancos e dos grandes grupos financeiros”.
O especial também trará os relatos sobre os dez meses de luta da militante, marcada por sucessivos entraves médicos, administrativos e judiciais. João Pimenta, dirigente do Partido e irmão de Natália, relatou no ato que a juíza responsável justificou a negativa do remédio afirmando que era necessário preservar a “sustentabilidade financeira do SUS”.
“Se a sustentabilidade do SUS depende de matar pacientes, então algo muito errado está acontecendo”, afirmou.
Ele recordou ainda o esforço de Natália, que “derrotou todas as estatísticas”, após 26 dias de internação em UTI e meses de resistência diante da omissão combinada do Estado e das empresas privadas.
Rui Costa Pimenta reiterou que o caso será transformado em instrumento permanente de denúncia política:
“Se nós não conseguimos usar o caso que estamos sofrendo para denunciar a situação, não temos credibilidade para defender a classe trabalhadora.”
A iniciativa envolverá ações no Congresso Nacional, aprofundamento das investigações jurídicas e coleta de relatos de trabalhadores que sofreram o mesmo tipo de bloqueio ao tratamento.
Encerrando o ato de domingo passado, Pimenta afirmou:
“Ela saiu da vida para entrar na história. Ela agora é parte da luta geral do PCO.”





