Na semana seguinte à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), se posicionou contra a aprovação do projeto de lei que busca anistiar condenados pelos atos de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente e seus aliados. A declaração veio à tona em um evento realizado no interior de São Paulo, pouco tempo depois de a Primeira Turma do STF condenar Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão.
Em sua fala, Valdemar procurou adotar um tom de conciliação com a Suprema Corte. “O grande problema é o seguinte: o Supremo decidiu, nós temos que respeitar”, afirmou, acrescentando que a decisão da Corte teria o “apoio do governo” Lula. O posicionamento é esperado, visto que Valdemar Costa Neto, parlamentar com décadas de carreira no chamado “centrão”, representa uma ala mais moderada e burocrática do partido, que não está disposta a um enfrentamento mais radical com o regime.
A fala de Valdemar ocorre em um dia de intenso movimento nos bastidores políticos. Na mesma segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou uma visita do próprio Valdemar Costa Neto e do relator do projeto de lei da anistia, deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), a Bolsonaro, que cumpre pena em prisão domiciliar. A decisão de Moraes atende a um pedido da defesa de Bolsonaro, que alegou a necessidade de Valdemar para “coordenação de pautas institucionais” e “planejamento de ações políticas”.





