No dia 4 de setembro, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, realizou reuniões com autoridades equatorianas, incluindo o presidente de direita do país, Daniel Noboa, que se posicionou como um dos mais leais apoiadores da política externa do governo de Donald Trump na América Latina.
Rubio, que havia parado anteriormente no México, onde se encontrou com a presidente Claudia Sheinbaum, buscou garantir uma agenda conjunta entre Equador e EUA sobre segurança, inteligência e migração irregular. A reunião abordou questões como o tráfico de drogas, as relações comerciais e os acordos militares.
Enquanto a reunião estava em andamento, os Estados Unidos anunciaram que, a partir daquele momento, as “organizações criminosas” equatorianos Los Choneros e Los Lobos seriam considerados Organizações Terroristas Estrangeiras. Ambos os grupos são considerados as “organizações criminosas” mais poderosas do Equador.
No X, Rubio declarou: “Reunião produtiva com o Presidente Daniel Noboa no Equador. Anunciei a designação dos EUA de Los Choneros e Los Lobos como Organizações Terroristas Estrangeiras. Esta medida fortalece nossa segurança regional e reforça que o terrorismo não tem lugar em nosso hemisfério”.
Essa decisão surge em meio à crescente tensão no Mar do Caribe, onde os Estados Unidos enviaram milhares de tropas para, segundo eles, confrontar cartéis de drogas. De acordo com Trump, o presidente venezuelano Nicolás Maduro pertence ao suposto Cartel de los Soles.
Com base nessa premissa, há poucos dias, Trump anunciou a destruição de um barco que supostamente transportava drogas; 11 pessoas foram mortas no ataque.
Noboa, que havia buscado essa ação do governo Trump, saudou a decisão:
“Los Choneros e Los Lobos podem continuar a acreditar que ninguém pode tocá-los. Mas a realidade é diferente: eles foram declarados grupos terroristas pelos Estados Unidos e, com o seu apoio, permaneceremos firmes em nossa luta para recuperar nosso país.”
Em duas ocasiões, os Estados Unidos estabeleceram bases militares em território equatoriano. A primeira foi durante a Segunda Guerra Mundial, quando os EUA estabeleceram uma base militar estratégica nas Ilhas Galápagos durante seu conflito com o Japão pelo controle do Pacífico. A segunda vez foi entre 1999 e 2009, quando governos neoliberais concordaram com a presença de tropas dos EUA em Manta. O governo progressista de Rafael Correa (2007-2017) decidiu não renovar o acordo, e a Constituição de 2008 proibiu o estabelecimento de bases militares estrangeiras no país.




