ABC Paulista

Prefeito é condenado a prisão por chamar Marcola de… ‘Marcola’

Justiça Eleitoral condenou mandatário de Diadema por fazer trocadilho com nome de assessor do presidente da República

A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou o prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), a seis meses e 25 dias de detenção em regime aberto por crimes de difamação e injúria eleitoral. A pena decorre de uma fala proferida por ele durante debate entre candidatos à prefeitura da cidade, promovido pelo G1 em agosto de 2024. Yamauchi pode recorrer em liberdade e já anunciou que apresentará recurso no prazo legal, conforme nota oficial divulgada nesta quinta-feira (25).

O episódio ocorreu em meio ao debate eleitoral para a prefeitura de Diadema, no ABC Paulista. Questionando o então prefeito Filippi (PT), que buscava a reeleição, Yamauchi abordou denúncias sobre repasses irregulares de verbas federais à cidade. “O Brasil vem sofrendo há muito tempo com o crime organizado, inclusive o tal de Marcola, lá de Brasília, de forma irregular, mandou dinheiro aqui pra Diadema, conforme denunciado pela mídia, e o pior é que esse dinheiro não chegou para a população. A pergunta é simples, candidato: cadê o dinheiro? Tá vindo de táxi?”, disparou o prefeito, em referência a reportagens sobre supostos envios de recursos via mototáxi.

A menção a “Marcola” visava Marco Aurélio Santana Ribeiro, chefe do gabinete pessoal do presidente Lula na Presidência da República, que carrega o mesmo apelido do notório líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcos Willians Herbas Camacho. 

Na sentença, a juíza Clarissa Rodrigues Alves, da 195ª Zona Eleitoral de São Paulo, foi enfática: “É de conhecimento notório que ‘Marcola’, e não a vítima, é um dos líderes da facção criminosa denominada PCC. O réu sabia que o apelido da vítima Marco Aurélio era ‘Marcola’, e ao relacionar o seu nome com o crime organizado por suposta utilização de verbas irregulares, assumiu o risco de provocar o resultado no caso em questão, qual seja, a ofensa à honra objetiva e subjetiva da vítima.”

A magistrada criticou Yamauchi por “juntar fatos de reportagens distintas e criar a sua própria história inserindo palavras ofensivas à reputação e dignidade da vítima”. Ela concluiu que “não é necessário ser um exímio intérprete para constatar que a frase, no contexto eleitoral, visou abalar a reputação do outro candidato, por meio de ofensas dirigidas à vítima, comparando-o ao ‘Marcola’ do PCC, envolvendo-o em supostas irregularidades no repasse de verbas federais ao município de Diadema”.

Essa é a segunda condenação de Yamauchi pelo episódio: anteriormente, ele foi sentenciado a pagar indenização por danos morais ao assessor de Lula.

Casos semelhantes, como condenações por expressões como “Lula ladrão” em circunstâncias passadas, mostram como qualquer crítica a uma figura pública tem sido pretexto para a censura.

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