O ato convocado pelas forças governistas neste 7 de setembro foi mais um fiasco para o governo Lula. Desde o segundo dia do atual governo, o Partido dos Trabalhadores (PT) se mostrou incapaz de convocar uma única manifestação massiva. Enquanto isso, a extrema direita bolsonarista já realizou vários atos com dezenas de milhares de pessoas. No próprio 7 de setembro, a extrema direita levou cerca de dez vezes mais manifestantes em todo o País do que a esquerda nacional.
A ausência de manifestações de impacto durante o governo Lula são resultado, em primeiro lugar, de um erro grave do governo. Eleito em condições muito adversas, Lula precisaria convocar o povo à luta para conseguir governar. O petista, no entanto, optou pelo exato oposto: priorizou as negociatas com seus inimigos e rejeitou a mobilização popular. Graças a isso, seu governo está cada vez mais emparedado.
O esvaziamento no ato de 7 de setembro é uma consequência dessa política, mas também tem causas específicas. Desta vez, o governo via com bons olhos um ato de rua, pois ele acontece às vésperas do julgamento de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, mesmo com todo o aparato governista, o ato foi minúsculo porque as pessoas não estavam interessadas em defender a política sustentada pela direção da manifestação.
As palavras de ordem centrais do ato eram a prisão para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a condenação para os envolvidos nas manifestações de 8 de janeiro de 2023. Em contrapartida, as manifestações bolsonaristas tinham como palavras de ordem centrais a anistia e a liberdade de expressão.
Essa diferença gritante nas palavras de ordem é o que explica a diferença gritante na presença em cada ato. A esquerda pequeno-burguesa, com o governo Lula na sua liderança, decidiu fazer de sua política principal a defesa das arbitrariedades do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa da ditadura da toga, por sua vez, é incompatível com a mobilização popular.
Os atos desmascaram a farsa de que Bolsonaro estaria sendo julgado por causa da “defesa da democracia”. Não há ânimo, entre o povo, para defender tal ação. É uma política que vem de cima, dos poderosos. E que a esquerda pequeno-burguesa resolveu adotar como se fosse sua.





