As negociações para um novo contrato do sindicato dos portuários, cobrindo os portos das costas Leste e do Golfo, serão retomadas poucos dias antes da extensão do contrato atual expirar.
De acordo com fontes que falaram ao FreightWaves sob condição de anonimato, as negociações entre a Associação Internacional de Estivadores (ILA) e os empregadores portuários, representados pela Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX), estão programadas para recomeçar em 7 de janeiro, pouco mais de uma semana antes do prazo final da extensão do contrato atual, em 15 de janeiro.
A decisão de retomar as negociações foi inesperada e aconteceu rapidamente, afirmou uma pessoa próxima às tratativas, acrescentando que as partes vinham conversando informalmente há algum tempo.
“Elas [ILA e USMX] têm trabalhado informalmente, como é comum nessa situação,” disse outra fonte, confirmando que as negociações seriam retomadas “nas próximas duas semanas. O prazo está se aproximando.”
O reinício das negociações ocorre poucos dias após operadoras marítimas, incluindo a Hapag-Lloyd, anunciarem sobretaxas para contêineres, a serem aplicadas em caso de greve.
“Vamos torcer para que as partes consigam realmente fechar um acordo. Caso contrário, será necessária outra extensão para evitar uma greve!” disse Jonathan Gold, vice-presidente de política de cadeia de suprimentos e alfândega da Federação Nacional do Varejo.
Na ausência de um novo contrato, existe também a possibilidade de as partes estenderem novamente o contrato atual.
Não houve negociações formais desde o início de novembro, quando a ILA rompeu as conversas, acusando os empregadores de tentar impor tecnologia automatizada de manuseio de contêineres no novo contrato, com o objetivo de eliminar postos de trabalho sindicalizados.
A USMX respondeu dizendo que guindastes semi automatizados são urgentemente necessários para melhorar a eficiência e tornar os portos dos EUA competitivos globalmente. Mas não garantem que isso não irá levar a demissão em massa.
Uma greve de três dias foi realizada por 45 mil trabalhadores da ILA no início de outubro de 2024, que interrompeu o manuseio de contêineres e o desembarque de veículos em dezenas de portos na Costa Leste e na região do Golfo. Autoridades do governo Biden ajudaram a negociar o fim da greve, com as partes concordando em um aumento salarial de 62% em um novo contrato principal de seis anos e uma extensão do contrato atual, enquanto retomavam as negociações.