O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dar declarações positivas acerca do papel estratégico que a exploração e a comercialização do petróleo cumpre no Brasil. Após reclamar da sabotagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra a exploração do petróleo da Margem Equatorial, o petista criticou a privatização da BR Distribuidora.
Durante um evento da Transpetro, Lula criticou a diferença entre os preços praticados pelas refinarias da Petrobras e os valores cobrados nas bombas e denunciou o papel da Operação Lava Jato na destruição da economia do País.
Lula está certo em defender a exploração do petróleo da Margem Equatorial e em criticar a privatização da BR Distribuidora. Ambas as questões estão diretamente relacionadas ao principal problema do Brasil: o roubo desenfreado das riquezas do País pelos sanguessugas imperialistas. Na medida em que se coloca contra a política dos grandes monopólios, o presidente favorece os interesses do povo brasileiro, que precisa do petróleo para desenvolver o País.
Ainda que as declarações estejam no sentido correto, elas não expressam uma política definida e eficaz para colocar os recursos naturais do País nas mãos dos brasileiros. De nada adianta criticar a privatização da BR Distribuidora, é preciso reestatizá-la integralmente. Assim como é necessário colocar sob controle estatal todas as empresas estratégicas relacionadas a todo o ciclo de produção, refino e comercialização dos combustíveis fósseis.
A questão da estatização também está diretamente relacionada com o problema da Margem Equatorial. Não há porque os bilhões de reais que estão sob solo brasileiro serem retidos por acionistas que sequer vivem no Brasil. Tornar a Petrobrás 100% estatal é fundamental para que os recursos provenientes da exploração do petróleo sirvam aos interesses do povo brasileiro.
A estatização da Petrobrás e de suas subsidiárias, contudo, ainda não encerram toda a questão. Ainda que seja um grande avanço colocar a Petrobrás nas mãos do Estado, livrando a empresa da obrigação de sustentar uma corja de vampiros, a estatização não garante que a empresa esteja sob o controle dos trabalhadores.
Por isso, para que o petróleo brasileiro seja explorado conforme os interesses do povo brasileiro e que seus recursos sejam destinados exclusivamente ao povo brasileiro, é preciso lutar pelo controle operário da Petrobrás. É preciso que aqueles que trabalham na empresa e que são, portanto, os maiores interessados em seu funcionamento, ditem os rumos da Petrobrás.