Acampamento Terra Livre ocorre em momento de violência e ofensiva do latifúndio contra os índios de todo País que precisa ser enfrentada com uma grande mobilização nacional
O mês de março revelou o que vem pela frente para os índios: muita violência e barbárie no setor mais oprimido da população brasileira.
Os ataques contra o povo Guarani-Caiouá, Avá-Guarani e Pataxó indicam que a violência vai aumentar e que a atual política do governo federal e do MPI não tem as mínimas condições para ajudar a impulsionar a luta pelos direitos básicos dos índios e muito menos frear a violência contra esses povos.
Assassinatos
Na noite do último dia 28, o índio Pataxó identificado como Wanderson foi brutalmente assassinado a tiros quando voltava para sua casa na Aldeia Boca da Mata. No dia 11 de março, Vitor Braz, de 53 anos, foi assassinado quando sofreu uma emboscada com outro índio que estava na garupa. E no dia 16 de março, o índio Pataxó Célio Santana Neves, de 33 anos, foi executado também na aldeia Boca da Mata, dentro da Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, município de Porto Seguro, extremo Sul da Bahia.
O governador petista da Bahia, Jerônimo Rodrigues, lançou a criminosa “Operação Pacificar”, que tinha como alvos lideranças do povo Pataxó da região, com 150 policiais civis e militares, dezenas de viaturas e até helicópteros, que invadiram as retomadas com extrema violência e prenderam 25 índios, sendo que 11 ainda permanecem presos.
No Paraná, o índio Avá Guarani, Marcelo Ortiz, foi encontrado em uma estrada na cidade de Guaíra, na Terra Indígena (TI) Guasu Guavirá, que é alvo de ataques desde 2018 e que se intensificaram recentemente com ataques violentos dos latifundiários. O seu corpo foi jogado na vegetação e sua cabeça pendurada em uma estaca.
Em Dourados (MS), três índios Guarani-Caiouá morreram carbonizados após terem sua casa incendiada por pistoleiros na Retomada Avaeté.
Chega
Diante desses ataques, o Acampamento Terra Livre (ATL), que acontece de 7 a 11 de abril, em Brasília, deve ser usado para organizar os setores mais combativos dos povos indígenas para ações de luta e por suas verdadeiras reivindicações e problemas, como a falta de demarcação, violência da polícia e da pistolagem, saúde, educação, água nas aldeias e retomadas entre outras.
É preciso organizar a luta nacionalmente, com fechamento de rodovias e realização de retomadas em todo o Brasil.
É preciso organizar também um GRANDE NACIONAL DIA DE LUTA, em 19 de Abril.