Estados Unidos

Política anti-‘woke’ de Trump é um progresso

O blogue do PCBR, "Em Defesa do Comunismo", critica o governo Trump por definir que mulher biológica é mulher, adotando uma posição totalmente impopular

A política identitária, carro-chefe da política do partido democrata, revelou-se um desastre político, aprofundando a rejeição popular e contribuindo diretamente para a vitória do republicano Donald Trump. Ainda assim, a esquerda pequeno-burguesa brasileira insiste em defender essa política desgastada e tenta, sem sucesso, usá-la como arma contra Trump — exatamente como fizeram os democratas, sem sucesso, nos EUA. Além disso, ignoram o fato de que é uma política criada e impulsionada pelo imperialismo norte-americano.

O portal Em defesa do comunismo, o blogue oficial do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), publicou uma matéria intitulada Trump declara março como mês das “fêmeas biológicas”.

O articulista do PCBR argumenta que Trump estaria causando o que eles classificam como “pânico moral” na população LGBT pelo simples fato de ele ter declarado que o mês de março seria considerado o mês da “história das mulheres”. Ele também alega que irá “proteger mulheres e meninas do extremismo de gênero”, o que o PCBR considera “um ataque à população LGBTI+, especialmente mulheres trans”.

Embora seja discutível a necessidade da medida de Trump e até se realmente seria esse o melhor método para combater o identitarismo, a afirmação de que ela configura um “ataque à população LGBT” é simplesmente absurda. Defender que uma mulher é uma mulher e que um homem é um homem não é ataque a ninguém. A medida não promove nenhum tipo de represália ou perseguição contra nenhum setor da sociedade, ela é simplesmente um decreto simbólico.

A matéria do PCBR também critica a “alteração forçada do campo ‘gênero’ em formulários governamentais e passaportes”, muito embora a palavra “gênero” nunca deveria ser empregada nessa situação, pois não significa o que os identitários dizem que significa. Trata-se de um termo que vem da gramática para definir a inflexão das palavras, o que é muito diferente de “sexo”, que busca delimitar determinadas características biológicas de um ser humano.

Além disso, a matéria também critica o governo Trump por ter instituído uma “proibição de que atletas trans compitam em esportes na mesma categoria que as mulheres cisgênero”, uma medida completamente normal, já que atletas que nasceram homens têm uma grande vantagem física com relação àquelas que nasceram mulheres, na maioria dos esportes. Os resultados são óbvios, tanto é que não se vê homens trans tentando competir na categoria masculina.

Mais para frente, o articulista revela qual a sua verdadeira crítica: o presidente dos EUA não deveria promover a política de chamar de “mulher” aquelas que são “mulheres biológicas”. Sem dar nenhuma explicação de por que razão essa política seria ruim ou errada, apenas generalizando e dizendo banalidades como a de que ela seria um “ataque contra os LGBT”.

Para concluir, a matéria relembra alguns processos que Donald Trump sofreu no período recente: “Em 2023, um júri federal condenou o presidente americano, declarando-o culpado de abuso sexual e difamação num processo movido pela escritora e jornalista E. Jean Carroll. Ela alegou que Trump a havia estuprado em 1996. Outras duas mulheres testemunharam neste julgamento também terem sido vítimas de assédio sexual por Trump, em 1979 e 2005”. Dessa forma, o articulista demonstra que não possui argumentos  para defender sua política e faz apologia do estado policialesco repressivo norte-americano.

O identitarismo, no fim das contas, é apenas isso: uma promoção da perseguição e da censura da população. A esquerda atesta a sua derrota e sua falência política ao apelar para o Judiciário norte-americano para promover uma condenação de Trump. O articulista não é capaz de demonstrar o porquê das medidas de Trump serem erradas ou prejudiciais para a população.

A matéria do PCBR, que se considera um partido “revolucionário”,  é apenas uma peça de propaganda (muito mal feita, por sinal) do identitarismo, que não quer que as mulheres sejam classificadas como mulheres, e da política repressiva e censuradora, que persegue todos aqueles que expressam alguma opinião minimamente diferente da dos identitários. Essa conduta é justamente o que acaba por fazer a população dos EUA se aproximar da demagogia de Trump e da extrema-direita, esvaziando totalmente esses partidos de esquerda identitários, que já estão em franca decadência.

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