Na noite do último sábado (26), Sport e Santos se enfrentaram na Ilha do Retiro, no Recife, casa do clube pernambucano. Como o atacante Neymar Jr. é o principal trunfo da equipe santista, parte da torcida do Sport preparou máscaras de Bruna Marquezine, atriz com a qual Neymar manteve um relacionamento há algum tempo, na tentativa de provocar o jogador e, se possível, prejudicar sua atuação na partida.
Na partida anterior do Santos, Neymar havia discutido com torcedores do próprio clube. O fato inspirou a torcida pernambucana a apelar para provocações ao jogador e incentivar o time a obter um resultado positivo na tabela do Brasileirão. O Sport está na lanterna do campeonato.
Provocações desse tipo sempre foram recorrentes entre torcidas. Afinal, o espetáculo do futebol não se restringe ao campo, mas se estende às arquibancadas e passa pelo convívio entre as pessoas, fazendo com que a provocação ao adversário seja parte de toda a alegria promovida pelo futebol. Porém, como estamos em um clima de crescente repressão, a simples provocação pacífica virou caso de polícia.
“Produzi a foto da Bruna Marquezine, fui imprimindo e a turma abraçou a ideia”, declarou Pedro Chianca, produtor de conteúdo para redes sociais, a quem foi atribuída a autoria da brincadeira.
A partir daí, a provocação foi se espalhando pelas redes até chegar à polícia pernambucana, que resolveu vetar a entrada das máscaras no estádio.
“A gente até conseguiu brincar no pré-jogo. A gente foi instruído pela própria diretoria do Sport de que não seria permitido o uso [da máscara], por impedir o reconhecimento facial que existe na Ilha do Retiro. Há várias câmeras para inibir o torcedor de fazer qualquer atitude ilícita, e por isso a máscara não foi permitida. Fomos avisados pela diretoria e, na entrada, proibidos pela PM”, comentou Chianca.
O pretexto da polícia também não se justifica. As máscaras poderiam ser colocadas somente dentro do estádio, sem prejudicar qualquer medida de reconhecimento facial — algo que, por si só, já é um artifício de repressão ao torcedor. Afinal, qualquer cidadão tem o direito de frequentar um estádio de futebol.





