O jornalista britânico Richard Medhurst denunciou na quinta-feira (6) que foi detido esta semana pela polícia e agentes de inteligência austríacos e acusado de ser um membro do Hamas. Medhurst se mudou para a Áustria após ser preso por mais de um dia na Inglaterra sob acusações de terrorismo.
Ele denunciou que nesta segunda-feira (4), a polícia invadiu sua casa, apreendeu seus dispositivos e o interrogou. “Eles basicamente me atraíram para uma armadilha”, disse ele em um vídeo publicado no X.
O jornalista disse que as autoridades de imigração o chamaram para uma reunião onde ameaçaram revogar sua residência devido às suas reportagens sobre a Palestina e o Líbano.
Quando pensou que a entrevista no escritório de imigração havia terminado, um grupo de agentes à paisana entrou na sala exibindo seus crachás. Ele foi detido e recebeu um mandado de busca.
Medhurst foi acusado de incentivar o terrorismo, disseminar propaganda e estar envolvido no crime organizado.
Na semana passada, Medhurst afirmou que a polícia britânica ampliou sua investigação contra ele por suposta violação da Lei Antiterrorismo britânica. “E então, de repente, isso acontece em Viena”, disse no vídeo. “Não acho que seja mera coincidência”, concluiu.
“Eu nego categoricamente todas essas acusações dos governos austríaco e britânico. Sou um jornalista, não um terrorista, e eles sabem muito bem disso”, disse Medhurst em seu vídeo. Ele acrescentou que é cristão de origem síria e está sendo acusado de pertencer ao Hamas, uma organização islâmica que resiste à ocupação israelense de Gaza.
Medhurst pode enfrentar até 14 anos de prisão no Reino Unido, mais 2 a 5 anos se não entregar as senhas de seus dispositivos e possivelmente 10 anos na Áustria.
