Santa Catarina

PM assassina jovem negro e leva pânico a favela de Florianópolis

Assim como 'Israel' faz com os palestinos, no Brasil a Polícia Militar tem especial 'apreço' em assassinar jovens negros

No estado de Santa Catarina, o esquadrão estatal da morte chamado Polícia Militar (PM) assassinou o jovem Natanael França de Assis, negro de apenas 19 anos, na madrugada do último sábado (5) na favela do Siri, na capital Florianópolis.

Moradores do local denunciaram que o rapaz foi alvo de tiros de fuzil disparados pelos policiais enquanto tirava uma foto com o celular para enviar para a namorada.

Amigos que estavam com Natanael no momento dos disparos conseguiram fugir a tempo de não serem atingidos, enquanto o mesmo restou caído no chão agonizando quando a polícia chegou mais perto e disparou 10 tiros à queima-roupa no jovem, que morreu na hora.

A ação ocorreu por volta de 1:35 da manhã e os vizinhos, despertados pelo barulho dos tiros, tentaram prestar socorro ao rapaz, mas denunciam que foram impedidos de fazê-lo pela PM.

Com um padrão de ação semelhante à da ditadura sionista contra os palestinos, a polícia teria feito um cordão de isolamento em torno do corpo de Natanael, ameaçado e reprimido os moradores do local com balas de borracha e spray de pimenta para que não se aproximasse do local.

Os moradores relataram ainda que a energia do local foi cortada e os policiais empunharam refletores de luz na direção contrária ao corpo de Natanael, mantendo só ele sob escuridão, o que impossibilitou a visibilidade, impedindo que imagens do assassinato fossem feitas pelas testemunhas.

Os vizinhos de Natanael chegaram a chamar uma ambulância, mas a mesma demorou cerca de duas horas para chegar até o local. Quando isso aconteceu enfim, encontrou o garoto já sem vida.

Um dos amigos que acompanhavam Natanael conta ainda que no dia seguinte foi ameaçado por um policial que disse para ele que em breve o mesmo estaria morto: “você já está fedendo, com cheiro de morte, só não percebeu ainda.”

A população que vive na comunidade do Siri denunciou ainda que essa não havia sido a primeira vez que a polícia age dessa maneira no local e que já assassinaram pelo menos dois jovens em circunstâncias semelhantes, sempre com a falsa alegação de que houve “troca de tiros”.

“Antigamente, eu idolatrava a polícia. Hoje, tenho pavor dela. Eu não tenho envolvimento nenhum com tráfico. Mas quando estoura o foguete aqui na vila, do pessoal avisando que a polícia chegou, você não tem noção da tensão que os moradores ficam. Até quem não tem nada a ver com a situação fica em pânico, porque não sabemos como vão chegar. A gente tem mais medo de polícia do que de bandido”, disse uma moradora local.

“Aqui tem pessoas que trabalham, tem crianças. Só que a polícia não traz segurança para a gente. Na cabeça deles, somos lixo, somos apoiadores do tráfico. Mas se eles que são a lei não conseguem fazer nada, como a gente vai fazer? Esses meninos que têm envolvimento [com tráfico] respeitam a gente, não nos fazem mal. No Natal, se juntam para fazer festa para as crianças. É tudo guri novo, de cabeça fraca. Mas por que [as autoridades] não vêm aqui com um projeto para terem emprego, para mostrar que existe outro caminho? Para isso, eles não vêm. Eles vêm com sangue nos olhos para matar”, desabafa ainda outra moradora.

A Polícia Militar – assim como as demais agências policiais – é uma máquina de perseguir e eliminar a população trabalhadora, sendo essa a única e verdadeira função das forças de repressão. Todo o resto não passa de um disfarce.

Por isso, é necessário acabar de uma vez por todas com essa máquina mortífera e substituí-las por milícias populares, eleitas pela população, para fazer, essas, sim, a segurança da população, coisa para a qual as polícias não foram constituídas para fazer.

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