Um jovem de 22 anos, identificado como Gabriel Junior Oliveira Alves da Silva, foi morto com um tiro na cabeça por um policial militar na noite da última terça-feira (1º), em Piracicaba, interior de São Paulo, durante uma abordagem. O disparo ocorreu diante de sua esposa grávida, Rebeca Mirian Alves Braga, que tentou intervir contra a ação dos agentes. O caso, registrado em vídeos por moradores, gerou revolta na comunidade, que gritava “matou o menino” enquanto o Samu levava Gabriel ao Hospital dos Fornecedores de Cana, onde o óbito foi confirmado.
Segundo o boletim de ocorrência, os policiais militares Júnior César Rodrigues e Leonardo Machado Prudêncio patrulhavam a região quando abordaram Gabriel, alegando que ele portava um volume suspeito. O jovem resistiu à ação, e Rebeca também reagiu contra os agentes. Um dos registros mostra a mulher sendo contida por um policial, enquanto Gabriel, ao pegar uma pedra para defendê-la, foi baleado por Júnior César. O PM afirmou ter ordenado que ele soltasse o objeto, mas, diante da recusa, efetuou o disparo. As armas dos dois agentes foram recolhidas para investigação.
A Secretaria da Segurança Pública informou que o caso será apurado por um inquérito policial militar (IPM) e pela 3ª Delegacia de Homicídios do DEIC do DEINTER 9. A pasta declarou que a Polícia Militar não aceita desvios de conduta e que, se forem constatadas irregularidades, os responsáveis serão punidos. Os vídeos, amplamente divulgados nas redes sociais, mostram a tensão da abordagem e o desespero dos vizinhos, que acusam os policiais de execução. Segundo relatos locais, a família de Gabriel exige justiça, e movimentos sociais já planejam protestos na cidade.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, em 2023, a polícia matou 6.145 pessoas no país, sendo a maioria jovens negros de periferias, como Gabriel. Em São Paulo, o número de mortes por intervenção policial subiu 11% no último ano, alcançando 641 casos. Especialistas apontam que abordagens violentas são rotina em comunidades pobres, onde a PM atua com frequência letal. A morte de Gabriel engrossa essa estatística e reacende o debate sobre a atuação da corporação.
A conclusão inevitável é que a Polícia Militar funciona como uma máquina de assassinar negros em escala industrial. Casos como o de Gabriel, executado diante da esposa grávida por reagir a uma abordagem, mostram que a instituição não protege, mas extermina. A extinção da PM é a única saída para frear essa matança sistemática que devasta famílias e comunidades.