Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Coluna

Plínio Marcos 90 anos: a denúncia da sociedade capitalista decadente

Um dos principais dramaturgos do teatro moderno brasileiro, Plínio Marcos deu vida aos setores mais marginais da sociedade capitalista decadente

A próxima edição do Dossiê Causa Operária, número 75, trará um artigo especial sobre o dramaturgo Plínio Marcos, que completaria 90 anos em 2025.

Um dos principais nomes do teatro moderno brasileiro, da geração que se convencionou chamar de “nova dramaturgia”, Plínio Marcos teve o mérito de trazer para o teatro a vida dos marginalizados. Ele deu alma a pessoas sem alma: bandidos, presidiários, vagabundos, prostitutas, desempregados, mostrando os limites e desespero dessa existência.

Enquanto grandes nomes de sua geração, como Gianfrancesco Guarnieri e Vianinha, ligados ao PCB, tiveram a preocupação e o mérito de retratar a vida do trabalhador de um ponto de vista idealizado, Plínio Marcos voltou seu teatro àqueles que sequer são considerados cidadãos, mas não de modo idealizado. Seu teatro mostrava de modo nu e cru a vida desse setor.

Ao retratar de forma mais realista esses setores, Plínio Marcos também contribuiu – e muito – para a denúncia social. Sofreu por isso com uma censura implacável desde sua primeira peça Barrela, que conta a história de um jovem currado na prisão. A peça, que estreou em 1959, foi censurada logo após as primeiras apresentações e só seria liberada em 1976. Notem que a censura se deu ainda antes da ditadura militar. Depois do golpe de 64, Plínio viu cada uma de suas peças serão censuradas, foi preso algumas vezes. Participou de protestos junto com companheiros do meio teatral contra a ditadura e nunca deixou de escrever aquilo que queria e que acreditava.

Tanto é assim que, depois de tanta censura e perseguição e ter se tornado um autor maldito, Plínio sai pelas ruas para vender seus próprios livros. Um autor revolucionário não deve esperar que a burguesia faça alguma coisa por ele.

Essa personalidade, nascida em Santos em 29 de setembro de 1935, que foi descoberta como autor pela primeira vez por ninguém menos que Patrícia Galvão, a Pagu, é o tema do Dossiê Causa Operária que estará nas ruas na próxima semana.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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