Na manhã desta sexta-feira (28/03), um grupo de pistoleiros e latifundiários fortemente armados tentaram invadir e despejar as famílias do Acampamento Lindaura Ferreira Lima sob a bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no município de Guaratinga, extremo sul da Bahia.
As famílias sem-terra foram surpreendidas por dezenas caminhonetes na entrada do acampamento, homens encapuzados, disparos de arma de fogo e ameaças para que abandonassem o local.
A violência somente não foi maior e o despejo não ocorreu diante da mobilização e reação das famílias presentes no acampamento e deslocamento de centenas de trabalhadores sem terra de assentamentos e acampamentos da região. Mesmo assim, um trabalhador teve o braço quebrado pelos pistoleiros.
Os latifundiários estão ligados ao grupo Invasão Zero que assassinou recentemente a índia Nega Pataxó, no município de Potiraguá, sob os olhos e anuência da polícia militar do estado da Bahia.
A ação dos pistoleiros foi fortalecida e encorajada com a recente decisão do governo do estado da Bahia conjuntamente com representantes dos latifundiários em iniciar uma operação criminosa chamada de Operação Pacificar para reprimir e prender lideranças Pataxó das retomadas da Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal e Comexatibá, na mesma região que ocorreram os ataques contra os acampados do MST.
Nessa região já foram três índios Pataxó assassinados em áreas de conflito com os latifundiários e 11 ainda continuam presos cujo único crime foi retomar suas terras griladas pelos latifundiários.
É preciso organizar comitês de autodefesa dos sem-terra e índios diante das ameaças dos latifundiários, da violência policial e estatal.


