A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve denunciar nesta semana o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A informação, divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, aponta que a denúncia se baseia em crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Uma investigação da Polícia Federal (PF), que levou ao indiciamento de ambos em agosto, é a base da futura denúncia. A PGR, sob a liderança de Paulo Gonet, que solicitou a abertura da investigação em maio, agora se prepara para formalizar a acusação perante o STF. Caso a denúncia seja aceita, Eduardo Bolsonaro pode se tornar réu.
Segundo diz a PF, Eduardo estaria trabalhando para articular sanções e retaliações contra o governo brasileiro e, em especial, contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. As medidas, supostamente incentivadas pelo deputado, incluem o tarifaço de 50% contra produtos brasileiros, uma investigação comercial contra o Pix e sanções financeiras impostas pelo governo Trump à família de Moraes.
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado por supostamente financiar essas atividades, com a PF identificando o envio de R$2 milhões via Pix para o filho. O repasse de dinheiro do pai para o filho está sendo classificado como financiamento do crime de coação. A defesa de Jair Bolsonaro e o próprio Eduardo negam as acusações, com o deputado chamando o indiciamento de “crime absolutamente delirante”.
O indiciamento também incluiu o apresentador Paulo Figueiredo, que auxilia Eduardo Bolsonaro nos EUA. Segundo Mônica Bergamo PGR deve denunciá-lo junto aos Bolsonaro.
Caso de fato a PGR resolva denunciar os Bolsonaro nesta semana, a medida ocorrerá no mesmo mês em que o ex-presidente e líder da extrema direita, Jair Bolsonaro, foi condenado a 27 anos de prisão.
A proximidade dos processos, independentemente de seu mérito, revela a atuação política por parte das instituições do Estado, em especial do STF e da PGR. O regime político está correndo contra o relógio para, por meio do aparato de repressão estatal, constranger Bolsonaro a um acordo em torno das eleições de 2026.





