Desde 2023, o governo Lula tem travado uma luta junto à Petrobras para explorar a margem equatorial, na Bacia da Foz do Amazonas, localizada entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte. O projeto de exploração do petróleo na região possui um potencial gigantesco para criação de empregos e para o desenvolvimento da economia nacional. No entanto, há uma certa pressão dos setores ecologistas para vetar a exploração, como já foi vetado anteriormente pelo Ibama.
O próprio presidente Lula já deu declarações defendendo a exploração da região e atacando a política dos ambientalistas, totalmente contrários ao desenvolvimento nacional. E essa política ambientalista ainda é muito presente no setor mais reacionário e pequeno burguês da esquerda brasileira, como no caso do PSOL. Um bom exemplo dessa política pode ser vista no texto de Alexandre Gaspari, publicado na Revista Movimento, órgão do Movimento Esquerda Socialista (MES), do PSOL, corrente conhecida pelo lavajatismo, tendo como uma de suas principais lideranças Luciano Genro.
Em seu artigo “Petróleo é veneno para a Amazônia, do Amapá ao Equador”, Gaspari se coloca contrário à exploração do petróleo na região amazônica justamente com a argumentação dos problemas ambientais e climáticos.
Para iniciar sua argumentação, o autor comenta sobre um caso de um acidente da Petrobras em 2011 numa região próxima da qual está sendo proposta uma nova perfuração.
“Desde o acidente a Petrobras não atua na foz do Amazonas. Agora a empresa tenta convencer o IBAMA e o país de que tem experiência para garantir a segurança da operação”, defendeu Gaspari.
Aqui, o autor deixa claro que é totalmente contrário à exploração, utilizando uma falha de mais de 10 anos atrás para tentar justificar que a Petrobras não seria capaz de realizar o projeto. Um acidente é justamente algo que escapou do planejamento e não deve ser considerado como um motivo para não explorar. O autor insiste falando sobre outros acidentes, sobre vazamento de óleo, derramamento de petróleo e problemas típicos desse tipo de atividade.
O problema não é sobre acidentes que possam vir a acontecer ou sobre quem vai ser atingido. Se a humanidade se baseasse nessa ideia absurda, nem teríamos chegado à Revolução Industrial. Imagina se no século XIX as fábricas primitivas se preocupassem com os danos ao meio ambiente que a máquina à vapor poderia causar? E se não estudassem os avanços técnicos pensando nos acidentes de trabalho que poderiam acontecer? As fábricas são locais onde a quantidade de acidentes é gigante. Para os ambientalistas, ao invés de trabalharmos para melhorar as máquinas e garantir o bem estar dos trabalhadores, deveríamos abandonar essas máquinas, já que elas podem cortar a mão de um operário. É uma conclusão absurda.
Outra preocupação de Gaspari é com o real potencial econômico da exploração:
“Milhares de pessoas já rumaram para o Amapá apenas pela promessa de um petróleo que sequer se sabe se existe em quantidade comercialmente viável, atrás de oportunidades econômicas que não existem mesmo que haja petróleo, já que essa atividade gera poucos empregos, que são altamente qualificados.”
E continua:
“O petróleo da foz do Amazonas, se de fato existir, causará impacto considerável no clima, já que a queima de combustíveis fósseis é a principal causa das mudanças climáticas. Mas há também o imenso risco da Petrobras ficar com um “ativo podre” nas mãos, causando prejuízos financeiros para a empresa. Projeções apontam para uma queda na demanda por petróleo a partir de 2030, e uma possível exploração na costa amazônica só começaria a fornecer combustível após 2035.”
De acordo com o sítio da Petrobras, a “Margem Equatorial tem o potencial de garantir a segurança energética do Brasil para as próximas décadas, atendendo à crescente demanda por energia, além de gerar empregos e impulsionar o desenvolvimento regional e nacional”. Uma informação simplificada, mas que deveria ser óbvio para qualquer um preocupado com a economia nacional.
Trata-se de uma oportunidade incrível para explorar um tesouro que pertence ao nosso país e que possa ser explorado por uma empresa nacional. A região da Amazônia, de uma forma geral, é uma das zonas mais importantes do mundo, sendo vigiada regularmente pelo imperialismo, que há décadas tenta se apoderar das nossas riquezas. Quando o nosso próprio governo se dispõe a explorar os nossos recursos, mesmo com toda a política de rapina vinda dos Estados Unidos, devemos demonstrar total apoio, trata-se, em última instância, de uma questão de soberania nacional.
O autor ainda segue todo o discurso da política de rapina imperialista, de que a “queima de combustíveis fósseis é a principal causa de mudanças climáticas”. Essa frase que tanto circula pela imprensa mundial pode ser traduzida como: os países subdesenvolvidos não podem explorar suas riquezas, só os países grandes como os Estados Unidos e a Europa podem explorar a riqueza dos outros.
É um golpe antigo do imperialismo, que impede os países oprimidos de se desenvolverem economicamente, sob o pretexto ambiental. As conferências mundiais sobre clima, são um grande balcão de negócios para os países imperialistas disputarem cada território rico em recursos desse mundo. Os países desenvolvidos, que já enriqueceram destruindo florestas e vegetações por todo o mundo, explorando a riqueza natural e a economia dos países oprimidos, agora quer bancar o defensor da natureza para impedir que os países pobres explorem suas riquezas.
“Apesar dos avanços tecnológicos na extração e no transporte de combustíveis fósseis, os acidentes não foram eliminados. Os números provam que nem a Petrobras nem qualquer outra petroleira do mundo pode garantir 100% de segurança em suas operações. A única certeza é a de que o fim da atividade petroleira é o caminho seguro para proteger o clima e a natureza. Fica a dica”, conclui o autor.
De acordo com Gaspari, a solução é acabar com a exploração do petróleo no mundo inteiro. A conclusão é um atestado total de submissão ao interesse do imperialismo, um capacho de carteirinha. A atividade petroleira é uma das mais importantes na economia mundial, sendo responsável por guerras e disputas territoriais há séculos. Os conflitos entre nações e povos sempre foram por disputas de riquezas e o petróleo é o maior exemplo disso no período mais recente da história. Os bombardeios e golpes que os Estados Unidos promovem no Oriente Médio, são todos em busca de petróleo. A criação de “Israel” como um estado seguro para infiltração do imperialismo, é estratégica, também por conta do petróleo. Na nossa vizinha Venezuela, o governo popular de Maduro sofre constantes tentativas de golpe também por causa da abundância de petróleo no país.
A luta pela pela exploração do petróleo é um dos principais motores da humanidade hoje em dia. Aqueles que conseguem nacionalizar o próprio petróleo e investir no desenvolvimento do próprio país são um grande entrave para o interesse do imperialismo, tamanho potencial lucrativo desse tipo de negócio.
Por fim, devemos deixar muito claro que a posição de Alexandre Gaspari é totalmente reacionária e de conveniência para os interesses imperialistas. Explorar o petróleo e as riquezas nacionais é um dever do governo e Lula deve continuar brigando por isso. Os trabalhadores, a classe mais sofrida, deve defender com todas as forças a indústria nacional, como forma de desenvolvimento do país, de geração de empregos e para transformar o Brasil num país de primeiro mundo, como deveria ser. E as condições estão aí, o nosso país é extremamente rico em recursos. O problema maior são os ladrões imperialistas que impedem o país de se desenvolver. E o outro problema são esses fantoches do Partido Democrata norte-americano que atuam à serviço do interesse dos países imperialistas, como faz Gaspari.
A posição de acabar com a atividade petroleira é contra o progresso de todo o nosso povo e deve ser duramente combatida. A solução para a soberania do país é justamente explorar nosso território e nossas riquezas, a fim de conquistar uma independência dos países imperialistas. A Petrobras é uma das maiores empresas do mundo e, com uma reestatização total, deveria ser um dos nossos maiores patrimônios, com potencial de lucro gigantesco e de grande retorno para o povo brasileiro.