Movimento operário

Petroleiros decretam greve no próximo dia 26

A greve decretada pelos petroleiros para o dia 26 de março vai no sentido de aumentar as mobilizações contra as medidas autoritárias da direção da Petrobrás

Está marcado para o próximo dia 26 de março uma greve de advertência, de 24 horas, decidida nacionalmente pelos trabalhadores da Petrobrás, contra a postura autoritária da direção da empresa em não atender as reivindicações dos petroleiros.

Conforme noticiado pela direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP), “a greve de 24 horas no dia 26 é uma advertência às tentativas da gestão Magda Chambriard de esvaziar os fóruns de negociação coletiva, com postura autoritária que coloca em xeque a boa-fé negocial, além de ignorar as principais reivindicações da categoria, vide o que está acontecendo com a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o teletrabalho”,  e que, “soma-se a isso, a guerrilha jurídica movida pela gestão da Petrobrás contra os trabalhadores, ao retirar a parcela da RMNR incorporada ao salário, mesmo com decisão transitada e julgada, além de atacar o repouso semanal remunerado e impor dificuldades em rever as demissões e punições políticas dos governos passados” (FUP, 21/03/2025).

A greve decretada pelos petroleiros para o dia 26 de março vai no sentido de aumentar as mobilizações. Os trabalhadores reclamam da redução de 30% da sua participação nos lucros e resultados da Petrobrás, em contrapartida do aumento de 207% dessa mesma distribuição para os acionistas privados. Além disso, a luta dos trabalhadores é para barrar a intransigência da gestão Magda de reduzir, unilateralmente, os dias de teletrabalho, atropelando os fóruns de negociação coletiva.

Abaixo reproduzimos a pauta de reivindicações unificada da FUP e da FNP apresentadas para a direção da empresa: 

  • Não à redução da Remuneração Variável, com garantia dos valores anunciados. É inaceitável que os trabalhadores que produziram os lucros tenham uma redução de 31% nos valores que foram apresentados em simuladores em dezembro do ano passado, enquanto a empresa repassará 207% dos lucros para os acionistas;
  • Defesa do Teletrabalho. Imediato cancelamento do cronograma de mudança no Teletrabalho, cancelamento do termo de adesão individual e abertura de negociações de fato para uma regra negociada coletivamente, com atenção aos impactos que irá causar e assinada pela empresa e sindicatos;
  • Fim dos PEDs do Plano Petros. É necessária uma solução definitiva aos PEDs, construída com as trabalhadoras e os trabalhadores, que traga de volta a dignidade àqueles que construíram essa empresa;
  • Plano de Cargos, Carreira e Salário. Negociação imediata para a criação de um único plano, integrado para todo o Sistema. Que sejam corrigidas e reparadas as distorções criadas durante o período de dois planos vigentes. Que o novo plano valorize a negociação coletiva, as atribuições de cada cargo e a devida remuneração, além de possibilidades de progressão na carreira e mobilidades transparentes e justas, conforme proposta aprovada no seminário unitário das duas federações;
  • Reposição do efetivo. Nunca houve uma queda tão brusca no número de trabalhadores como nos anos que se seguiram à Lava-Jato. É necessário a convocação de todos os concursados, inclusive do cadastro de reserva dos concursos já realizados e abertura de novos concursos;
  • Fim dos acidentes, mortes e adoecimento no Sistema. Foram 6 fatalidades no Sistema Petrobrás no final de 2024. A empresa tem o dever de garantir a vida e a integridade dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam no Sistema Petrobrás, sejam prestadores de serviços ou com vínculo direto;
  • Garantia da retomada da produção na Fafen-PR com segurança. O fechamento da Fábrica de Fertilizantes no Paraná e a demissão dos trabalhadores foram o principal motivo para a greve nacional de 2020. A retomada da Petrobrás no setor de fertilizantes e a reabertura da FAFEN-PR é uma conquista da luta da categoria petroleira. Porém, não podemos admitir que essa retomada seja realizada sem segurança, principalmente por falta de efetivo;
  • Por direitos, segurança e condições de trabalho dos prestadores de serviço em todo o Sistema Petrobrás. Precisamos melhorar a fiscalização dos contratos, modelo e política de licitação, mecanismos que garantam de fato o cumprimento da legislação trabalhista e a isonomia de jornada, com o fim da escala 6×1, que atinge os prestadores de serviço no Sistema Petrobrás;
  • Contra qualquer forma de diferenciação das trabalhadoras e trabalhadores, que já estão na companhia e aqueles que estão se somando agora, inclusive nos adicionais de transferência definitiva e na ajuda de custos.

O que está colocado para os trabalhadores da Petrobrás, imediatamente à greve de advertência, se não atendidas as suas pautas, é preparar e organizar uma forte reação contra a ofensiva dos patrões, respondendo ao seu plano antioperário e de atendimento aos interesses dos capitalistas imperialistas, com um programa de lutas que reafirme as suas reivindicações e expresse conscientemente os seus interesses.

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