O músico Oruam, um alvo de perseguição dos bolsonaristas desde janeiro de 2025, foi vítima de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (26), resultando em sua autuação por suposto flagrante do crime de ”favorecimento pessoal”.
Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, é filho de Marcinho VP, um antigo líder do Comando Vermelho. Esse é um dos principais motivos por sua perseguição.
Durante a ação em sua residência, na zona oeste do Rio, os agentes supostamente encontraram um foragido da Justiça por organização criminosa, cuja identidade não foi divulgada. Oruam afirmou desconhecer a situação do homem. Além disso, a polícia encontrou uma pistola 9mm.
Oruam foi conduzido para a Cidade da Polícia sob escolta policial. Ao ser questionado pela imprensa sobre o ocorrido, ele evitou dar declarações, dizendo que suas palavras não fariam diferença.
A ação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que também cumpriu mandados de busca e apreensão contra a mãe de Oruam, Márcia Nepomuceno. A Justiça de Santa Isabel (SP) autorizou a quebra de sigilo dos celulares apreendidos.
A Polícia Militar reforçou a ditadura em comunidades do Rio, como o Complexo da Penha e Alemão, para evitar possíveis protestos contra a detenção de Oruam.
Na semana anterior, Oruam havia sido detido por realizar manobras com seu carro na Barra da Tijuca, sendo liberado após o pagamento de fiança.
O músico aproveitou sua prisão para promover seu novo álbum, “Liberdade”, postando uma foto no Instagram em que aparece no carro da polícia.
A perseguição ao músico é clara. Faz parte da campanha bolsonarista para aumentar a repressão, principalmente nas favelas. Eles tentam avançar a chamada lei “anti-Oruam” para ampliar a censura nas artes impedindo o Estado de financiar alguns artistas.