Organização das Nações Unidas

Pela primeira vez, ONU atesta fome em Gaza

Agências clamaram por cessar-fogo imediato

Em um comunicado conjunto, o Programa Mundial da Fome (PMA), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmaram oficialmente que a fome já é uma realidade em Gaza.

Segundo as agências, a fome, caracterizada pela privação extrema de alimentos, desnutrição aguda e mortes por inanição, não é mais uma ameaça, mas uma condição que já afeta a população de Gaza e que se projeta para se alastrar para as províncias vizinhas de Deir Al Balah e Khan Iunis nas próximas semanas.

O relatório afirma que as condições de fome são o resultado de quase dois anos de conflito, deslocamento constante e severas restrições ao acesso humanitário. A falta de alimentos, água, assistência médica e suprimentos para a agricultura e pecuária, aliada ao colapso dos sistemas de saúde e saneamento, empurrou a população para a inanição.

O Programa Mundial da Fome e as outras agências reiteram que um cessar-fogo imediato e o fim do conflito são necessários para permitir uma resposta humanitária em grande escala. “O que é urgentemente necessário agora é um aumento da ajuda, condições mais seguras e sistemas de distribuição comprovados para alcançar os mais necessitados, onde quer que estejam”, disse Cindy McCain, diretora-executiva do Programa Mundial da Fome. Ela ainda destaca que a logística de entrega de ajuda permanece um desafio imenso, com comboios frequentemente saqueados devido ao desespero crescente, e os preços dos alimentos nas alturas, tornando quase impossível para a maioria das pessoas adquirir o básico.

A situação é particularmente crítica para as crianças. Em julho, mais de 12 mil crianças foram identificadas com desnutrição aguda, um aumento de seis vezes desde o início do ano. O número de crianças em risco grave de morte por desnutrição até meados de 2026 triplicou, passando de 14.100 para 43.400. “A fome é agora uma realidade sombria para as crianças na província de Gaza,” lamenta Catherine Russell, diretora-executiva do UNICEF. “As crianças à beira da inanição precisam da alimentação terapêutica especial que o UNICEF fornece”.

Em resposta às declarações, o Hamas publicou um comunicado oficial. Leia-o na íntegra:

“A declaração de fome é uma mancha na ocupação e em seus apoiadores, e exige uma ação imediata para parar a guerra e abrir as passagens.

O que o “Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar” das Nações Unidas anunciou sobre a propagação da fome na província de Gaza, e o que a Organização Mundial da Saúde confirmou que a cidade de Gaza sofre de uma fome que se estende por toda a Faixa, representa um testemunho internacional irrefutável do crime que a ocupação sionista está cometendo contra mais de dois milhões de pessoas sitiadas.

Isso é uma confirmação da magnitude da catástrofe humanitária à qual nosso povo está exposto devido à agressão israelense contínua, que usa a política de fome como uma das ferramentas de guerra e genocídio contra civis, em uma violação flagrante do direito humanitário internacional e de todas as normas e pactos internacionais.

Nós, do movimento Hamas, enfatizamos a importância desta declaração da ONU, embora tenha chegado muito tarde, após longos meses de avisos e sofrimento que nosso povo viveu sob o cerco e a fome sistemática.

Alertamos repetidamente que as políticas de cerco e fome sistemática, e a negação de alimentos, medicamentos e água ao nosso povo, são um crime de genocídio com todos os seus elementos. Hoje, os relatórios da ONU vieram para confirmar ao mundo inteiro a magnitude da catástrofe humanitária que nosso povo vive.

A negação desta realidade documentada pela ocupação criminosa, e suas falsas alegações de que não há fome em Gaza, revelam uma mentalidade criminosa que deliberadamente mente para encobrir o crime de assassinato por fome que é praticado contra crianças, mulheres e enfermos, em um desafio flagrante a todas as leis e normas internacionais.

A comunidade internacional, com todas as suas instituições, tem uma responsabilidade legal e moral urgente de parar os crimes contra a humanidade e salvar mais de dois milhões de pessoas que enfrentam o genocídio, a fome e a destruição sistemática de todos os elementos de vida. Neste contexto, pedimos o seguinte:

  1. Ação imediata das Nações Unidas e do Conselho de Segurança para parar a guerra e levantar o cerco.
  2. Abertura das passagens sem restrições para a entrada urgente e contínua de alimentos, medicamentos, água e combustível.
  3. Responsabilização legal da ocupação pelo uso da fome como arma de guerra, como um crime de guerra e um crime de genocídio sob o direito internacional.
  4. Convocamos os países árabes e islâmicos e os livres do mundo a agirem imediatamente e a pressionarem a ocupação para parar a guerra de genocídio e garantir o fluxo de ajuda humanitária urgente para a Faixa de Gaza.”

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