A empresa estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), controlada pelo governo da Venezuela, denunciou publicamente que foi vítima de um ataque cibernético cujo objetivo era interromper de forma brusca suas operações.
Graças à eficiência de seu pessoal, as áreas operacionais não foram afetadas, pois os ataques se restringiram aos setores administrativos. As atividades industriais relativas à extração e ao processamento de petróleo continuam funcionando por meio dos protocolos de segurança. O abastecimento do mercado interno e os compromissos do setor de exportação estão garantidos.
Os ataques cibernéticos fazem parte de uma campanha orquestrada pelos Estados Unidos para promover uma mudança no regime político do país e derrubar o governo de Nicolás Maduro (PSUV). Conforme comunicado da empresa, a estratégia do imperialismo combina o uso da força militar com invasões cibernéticas. Tentativas similares foram feitas no passado e, devido à qualificação e à lealdade dos funcionários, não prosperaram.
A companhia condenou de forma veemente a articulação dos ataques por interesses estrangeiros em aliança com traidores internos, com vistas a minar a soberania energética do país caribenho. Trata-se de uma tentativa de desestabilização para interferir nos direitos do povo venezuelano.
Os Estados Unidos têm intensificado suas ações contra a Venezuela. Nos últimos meses, seus militares bombardearam dezenas de embarcações no Mar do Caribe sob o pretexto de que transportavam drogas. Em seguida, a marinha americana deslocou o porta-aviões USS Gerald Ford para as águas caribenhas. A República Dominicana cedeu às pressões e permitiu que os americanos utilizassem a base aérea de San Isidro e o Aeroporto Internacional das Américas para operações logísticas da operação “Lança Sul”.
No dia 10 de dezembro, militares americanos sequestraram o navio petroleiro Skipper em águas internacionais próximas à costa da Venezuela. Trump declarou que o navio era “muito grande” e enfatizou que o sequestro fazia parte de uma campanha de aplicação de sanções e do esforço na luta contra o “narcoterrorismo”. O governo venezuelano classificou o sequestro como um ato ilegal de pirataria internacional e uma tentativa descarada de apropriação dos recursos naturais.
A imprensa internacional divulgou que o presidente Donald Trump autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês) a levar adiante operações secretas de assassinato contra o presidente Nicolás Maduro.
As autoridades venezuelanas denunciam as sistemáticas tentativas de interferência nos assuntos internos do país por parte dos Estados Unidos. Após o sequestro do petroleiro Skipper, o governo americano foi além e aplicou sanções econômicas contra mais seis navios e empresas relacionadas à exportação de petróleo.
É necessário destacar que as tentativas de pôr fim à Revolução Bolivariana são sistemáticas há mais de duas décadas. Em ocasiões anteriores ocorreu o fenômeno das guarimbas, quando grupos de jovens organizados pela direita promoveram ataques a prédios públicos e atos de destruição nas ruas do país. As eleições presidenciais da Venezuela são alvo de uma intensa campanha de deslegitimação na imprensa mundial, com acusações de fraude eleitoral contra os chavistas. Os Estados Unidos apoiaram e promoveram abertamente os direitistas Maria Corina Machado e Edmundo González como candidatos nas eleições presidenciais.
Maria Corina Machado recebeu recentemente o Prêmio Nobel da Paz. Não é segredo que se tratou de uma manipulação para projetá-la mundialmente como uma grande liderança política da Venezuela, capaz de se opor ao “ditador Maduro”. Contudo, é digno de destaque o fato de que o chavismo se mantém no poder graças à sua projeção junto às massas populares.
No primeiro mandato de Donald Trump, tentou-se a nomeação do ex-deputado da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. Vários países europeus e latino-americanos reconheceram o governo de Guaidó, embora os chavistas mantivessem o controle sobre as Forças Armadas e demais instituições públicas. Outro método foi o suborno e a cooptação de militares do Alto Comando, com vistas a um golpe militar que depusesse o governo bolivariano.
O imperialismo norte-americano precisa derrubar o governo chavista para se apropriar das imensas reservas de petróleo do país sul-americano. No passado, o pretexto era o de levar “a democracia”. No momento, o pretexto é o combate aos “narcoterroristas”. Um amplo leque de táticas vem sendo utilizado para perseguir esse objetivo estratégico e, a mais recente, foi o ataque cibernético para interromper as operações da PDVSA.




