Durante a Plenária Estadual do Partido da Causa Operária (PCO), realizada neste sábado (2), o dirigente Antônio Carlos Silva apresentou um panorama político internacional marcado pela ofensiva do imperialismo e destacou a necessidade urgente de fortalecimento do Partido como ferramenta revolucionária da classe trabalhadora. Ao final de sua fala, lançou oficialmente a campanha nacional por cinco mil novas filiações, com foco no estado de São Paulo.
Antônio Carlos iniciou sua intervenção situando o cenário global: “estamos numa etapa de aguda crise em todo o mundo”, afirmou. Segundo ele, essa crise tem levado o imperialismo a uma escalada repressiva, visível no genocídio do povo palestino, na guerra na Ucrânia e nos sucessivos golpes de Estado. Antônio Carlos denunciou que, na Ucrânia, “eles estão recrutando até pessoas com mais de 70 anos, mulheres, menores de idade”.
O dirigente criticou a política golpista mantida pelos Estados Unidos em vários países. “Ofereceram esta semana 25 milhões de dólares por qualquer informação que leve à prisão de Maduro. Querem seguir com a política de golpe de Estado na Venezuela”, denunciou. Segundo ele, até países imperialistas estão recorrendo a manobras golpistas para conter a crise interna, como no caso do presidente francês Emmanuel Macron: “ficou em terceiro lugar nas eleições e teve que dar um golpe para continuar indicando o primeiro-ministro”.
O dirigente destacou a importância da resistência palestina como expressão de uma tendência revolucionária mundial. “O Hamas está fazendo aquilo que nenhuma ala do imperialismo quer: dirigindo uma revolução, de armas na mão, que é a única maneira de levar adiante um processo revolucionário”, afirmou. Ele também denunciou a postura do governo brasileiro, que apoiou uma proposta de desarmamento do Hamas em troca do reconhecimento do Estado palestino: “é apoiar o desarmamento daqueles que estão defendendo o povo palestino diante do genocídio executado pelo governo nazista, sionista de ‘Israel’”.
Antônio Carlos atacou a política de conciliação de setores da esquerda brasileira, que, segundo ele, abandonaram qualquer enfrentamento real ao imperialismo. “Temos uma política de aparência, que se alia com Macron, com o governo britânico, com Biden. O governo Lula vetou a entrada da Venezuela no BRICS, se colocou ao lado dos EUA”, disse. Ele também condenou a política econômica do governo, submetida à ditadura do capital financeiro: “até junho, o Brasil gastou 54% do orçamento com juros e amortizações da dívida. Isso aqui é uma ditadura dos bancos”.
Durante sua fala, o dirigente denunciou a repressão sistemática contra os trabalhadores e o avanço de uma ditadura judicial no país, personificada em figuras como Alexandre de Moraes. “Esta semana, um negro foi condenado a 17 anos porque sentou na cadeira do Moraes. E o movimento negro vai se calar porque dizem que ele é bolsonarista?”, questionou. Ele também relatou a prisão de um cacique Pataxó na Bahia, destacando que “nenhum latifundiário foi preso por assassinar índios, mas o líder indígena está preso”.
Antônio Carlos apontou que, diante desse cenário, o PCO se consolidou como “o setor mais ativo e consciente em todas as etapas fundamentais da luta dos trabalhadores nos últimos anos”. Lembrou que o partido foi o primeiro a denunciar o golpe de 2016, a defender Dilma Rousseff, José Dirceu e Lula, mesmo quando setores do PT e da esquerda capitulavam diante da pressão da burguesia. “Fizemos campanha contra a prisão de Lula quando diziam que não era preciso. Lula ficou 580 dias preso”, recordou.
Na parte final da intervenção, o dirigente lançou a campanha nacional de filiação. “Vamos realizar plenárias setoriais, nos bairros, nos locais de trabalho, na juventude. Lançamos aqui a meta de 5 mil novas filiações, sendo uma parte expressiva no estado de São Paulo.” A campanha contará com distribuição semanal de mais de 50 mil exemplares do jornal Gazeta Operária, reestruturado para impulsionar a agitação política.





