85 anos da morte de Trótski

PCO debate o trotskismo nos dias de hoje

Atividade ocorreu no Centro Cultural Benjamin Péret

No dia 13 de setembro, sábado, o Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) foi palco do debate Trótski e o trotskismo hoje, dirigido por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO). O evento, transmitido pela Causa Operária TV, faz parte de uma série de atividades em homenagem aos 85 anos da morte de Leon Trótski e ocorreu logo após o ato em defesa da Venezuela convocado pelos Comitês de Luta.

Pimenta iniciou sua exposição desmistificando as acusações de que o trotskismo seria uma doutrina separada ou oposta ao marxismo. “Trotskismo não se opõe ao que Marx e Engels definiram como sendo marxista e não se opõe a toda a obra do grande dirigente da revolução russa de 1917, que foi Lênin”. Ele ressaltou que, apesar de o nome “trotskismo” ter sido criado pelos inimigos da revolução para desqualificar Trótski, ela se tornou uma bandeira de luta contra o revisionismo do stalinismo.

O dirigente do PCO argumentou que a denominação “trotskismo” se justifica por Trótski ter feito contribuições significativas para o marxismo, mas que a sua essência é a defesa da linha teórica e prática do marxismo. Pimenta destacou três pilares fundamentais da contribuição de Trótski para a teoria marxista: a Teoria da Revolução Permanente, a análise do fenômeno do stalinismo e a única definição científica do fascismo.

Sobre a Teoria da Revolução Permanente, Pimenta a definiu como “a única teoria revolucionária séria existente hoje em dia”, destacando sua relevância na fase imperialista do capitalismo. Trótski, segundo o Pimenta, aprimorou a teoria da revolução para analisar a luta de classes em países capitalistas atrasados e desenvolvidos, considerando a divisão mundial entre países imperialistas e nações oprimidas. “É a única teoria que dá conta desse problema”, enfatizou.

A respeito do stalinismo, Pimenta combateu a ideia, comum até hoje, de que o stalinismo seria uma continuação do leninismo. “Trótski, armado com uma paciência colossal, explicou que nenhum país evolui de acordo com as ideias de ninguém”, disse, complementando que a ascensão da burocracia soviética foi um problema social, decorrente do atraso econômico e da escassez. A burocracia, uma “camada social que vai satisfazer as suas necessidades em detrimento da maioria da população”, foi um fenômeno material e não um resultado da “personalidade de Stálin”.

A terceira grande contribuição de Trótski seria a sua análise do fascismo. O presidente do PCO defendeu que a análise de Trótski é a única que se baseia na luta de classes, classificando o fascismo como um “recurso extremo da burguesia no momento de grande crise social”. Pimenta usou a definição para criticar a política atual da esquerda brasileira, dizendo que “acreditar que é a burguesia que vai deter o fascismo é uma espécie de loucura política, é uma espécie de delírio político”, referindo-se a setores que colocam sua confiança em instituições burguesas, como o Supremo Tribunal Federal (STF), para combater o fascismo.

Pimenta foi enfático ao abordar a crise da IV Internacional após a morte de Trótski. Ele disse que o movimento, acéfalo e com muitos quadros assassinados, “foi numa trajetória de decadência depois da Segunda Guerra Mundial”. A falta de uma liderança forte e o peso esmagador dos grandes partidos comunistas stalinistas da época levaram a uma desarticulação profunda, com as organizações adotando posições que oscilavam entre o sectarismo e o oportunismo.

Ele também criticou a completa ausência de atrativo dos grupos trotskistas atuais, classificando-os como “verdadeiros clubes de excentricidades políticas” e um “obstáculo à organização de uma vanguarda revolucionária”. Pimenta apontou que, na Europa e no Brasil, muitos grupos que se dizem trotskistas adotam posições pró-imperialistas, como a de se opor à Rússia ou não apoiar a resistência palestina, e a adesão ao identitarismo. “É a decadência absoluta dos partidos que se dizem trotskistas”, afirmou.

Ao final, Pimenta ressaltou a necessidade de defender o programa trotskista, mas não de forma abstrata ou “doutrinária”. O programa, segundo ele, “tem que se transformar em ação política”.

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