Mais de 135 pessoas foram executadas em uma verdadeira operação de guerra nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Corpos jogados no mato, mulheres espancadas, casas crivadas de balas, adolescentes assassinados, moradores sem sumariamente executados. Essa é a cena que o fascista de Cláudio Castro (PL) impôs à população trabalhadora do Rio de Janeiro. Diante desse banho de sangue promovido pelo Estado, o Partido da Causa Operária (PCO) está promovendo uma campanha nacional de denúncia e mobilização popular contra o avanço do regime policial e do terror de Estado.
O Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), em São Paulo, será palco de um importante debate sobre o massacre. A atividade reunirá militantes, ativistas e toda a população disposta a combater a repressão. A atividade ocorrerá às 19h e é aberta a todos os interessados em intensificar a denúncia contra o genocídio praticado pelo Estado, compreender o caráter político da chacina e organizar a luta contra o regime ditatorial que se impõe no País.
O mesmo debate será realizado em outras cidades do País.
Além do debate, os comitês de luta já estão nas ruas com uma campanha de colagem de cartazes que denunciam a chacina e convocam a população à mobilização. Os cartazes exigem a saída de Cláudio Castro e a punição dos envolvidos na chacina, além de defender o direito à autodefesa da população.
A própria Secretaria de Segurança do Rio revelou que a ação foi premeditada. Moradores foram empurrados para o que os policiais chamaram de “Paredão do BOPE”, onde foram fuzilados. Nenhuma das vítimas estava na denúncia que embasou a operação, e quase metade dos mortos não tinha qualquer passagem pela polícia. É importante destacar: muitos dos assassinados se renderam e, ainda assim, foram executados.
O governador Cláudio Castro não apenas legitimou a operação — chamou-a de “sucesso”. Não demorou para que figuras como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) e Eduardo Paes (RJ) se alinhassem em apoio à carnificina. Trata-se de uma política orquestrada nacionalmente, impulsionada por um programa de repressão permanente contra os trabalhadores. É o fascismo se instalando sob o pretexto de “combate ao crime”.
A desculpa para o massacre é a velha farsa da “guerra ao tráfico”, uma propaganda mentirosa para justificar o aumento da repressão sobre a população pobre e negra e, ao mesmo tempo, reorganizar o controle do mercado ilegal em benefício das milícias — compostas por policiais e ex-policiais, muitos deles diretamente ligados ao próprio governo. As milícias não são o inimigo da repressão: são parte dela.
A denúncia é ainda mais grave: o governo do Rio enviou relatórios aos Estados Unidos, solicitando que o Comando Vermelho fosse enquadrado como “organização terrorista”. Trata-se de uma tentativa de atrair apoio do imperialismo norte-americano — especialmente da política de guerra promovida por Donald Trump. O Brasil virou laboratório da repressão imperialista na América Latina.
O massacre no Alemão e na Penha é parte de um projeto político: o retorno do regime de terror da ditadura militar. O Estado brasileiro tem hoje uma polícia que age à margem da lei, como um verdadeiro esquadrão da morte oficializado. E não é um caso isolado: chacinas desse tipo são cada vez mais frequentes.
Por isso, é hora de participar ativamente de uma campanha pelo fim das chacinas.





