O Partido da Causa Operária (PCO) convocou um ato nacional em defesa da Venezuela para 11 de janeiro de 2026, domingo, às 10h, na Avenida Paulista, em São Paulo, com concentração na Praça Oswaldo Cruz. Segundo o Partido, a atividade contará com caravanas de diversos estados e será a primeira atividade da 54ª Universidade de Férias do PCO, que começa com uma mobilização contra a escalada de agressões dos Estados Unidos no Caribe.

A convocação ocorre após o governo Donald Trump assumir publicamente uma operação de sequestro de um petroleiro em águas próximas à costa da Venezuela, realizada em 10 de dezembro de 2025. Em declaração à imprensa, Trump disse que as forças norte-americanas “acabaram de tomar um petroleiro na costa da Venezuela” e, questionado sobre o destino da embarcação e da carga, respondeu: “acho que vai ficar conosco”. A operação foi conduzida pela Guarda Costeira dos Estados Unidos e as autoridades não informaram, naquele momento, o nome do navio, bandeira ou ponto exato da interceptação.
Consultorias privadas do setor marítimo identificaram o navio como o Skipper, rebatizado depois de ter sido alvo de sanções de Washington sob a alegação de participação no comércio de petróleo iraniano. Dados de rastreamento também indicaram que o cargueiro operava em rota internacional e uma fonte, sob anonimato, afirmou que o destino final poderia ser Cuba.
Caracas reagiu denunciando a captura como pirataria internacional. O presidente Nicolás Maduro afirmou que a Venezuela “exige o fim da intervenção brutal e ilegal dos Estados Unidos” e vinculou a apreensão ao objetivo de controlar as reservas de petróleo do país. O chanceler Yván Gil classificou a ação como “ato de pirataria internacional” e afirmou que não seria a primeira vez que Trump admite publicamente que pretende “ficar com o petróleo venezuelano”. No mesmo dia, Maduro participou de um ato em Caracas pelo 166º aniversário da Batalha de Santa Inés, quando declarou que “as mesmas mãos de produtores, camponeses e operários que semeiam a terra venezuelana são as que levantarão as armas para defender a Pátria” e afirmou que a “Venezuela segue em vitória” diante das agressões externas.
A ofensiva foi ampliada na semana seguinte. Na terça-feira, 16 de dezembro de 2025, Trump anunciou que determinou o bloqueio de todos os “petroleiros sancionados” que entrem e saiam da Venezuela, medida voltada diretamente contra a exportação de petróleo, principal fonte de receita do país. Em publicação, o presidente acusou a Venezuela de usar o petróleo para financiar crimes e afirmou que manteria o reforço militar. Trump escreveu que o país estaria “completamente cercado pela maior armada já reunida na história da América do Sul” e ameaçou ampliar o cerco “até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros bens que nos roubaram”.
A Casa Branca vinculou o anúncio a uma escalada militar no Caribe, acompanhada de uma série de ataques contra embarcações, apresentados como “combate ao narcotráfico”. Ocorreram mais de 20 ataques desde o início de setembro, com mais de 80 pessoas assassinadas. Em declarações, Trump também ameaçou o presidente colombiano Gustavo Petro, dizendo: “é melhor ele ficar esperto, ou será o próximo”.
O governo venezuelano respondeu com um comunicado denunciando a medida como violação do direito internacional e pretensão colonialista de roubo de recursos naturais. Caracas informou que levaria uma denúncia formal à Organização das Nações Unidas (ONU) e afirmou que Trump, ao falar em “devolver” petróleo e terras aos EUA, age como se as riquezas venezuelanas fossem propriedade norte-americana. O texto também reafirmou o direito à livre navegação e ao comércio e declarou que a Venezuela não voltará a ser colônia de potência estrangeira.
A reação na Venezuela incluiu manifestações de rua. No dia 15 de dezembro, uma marcha noturna tomou Caracas contra o roubo de petróleo e a escalada militar no Caribe. Autoridades locais informaram que houve mais de 300 mobilizações em diferentes estados, demonstração de unidade nacional diante das ameaças. Os atos também marcaram os 26 anos da Constituição aprovada em 1999.
Maduro voltou ao tema em pronunciamentos e cobrou esclarecimentos sobre o paradeiro da tripulação do navio sequestrado, afirmando que, dias depois, ainda não se sabia onde estavam os tripulantes. Também questionou a ausência de providências de organismos internacionais diante do sequestro e do ataque ao princípio de livre comércio no Caribe.
Para o PCO, a mobilização venezuelana deve ser acompanhada por uma iniciativa no Brasil, em solidariedade ao povo venezuelano e contra a escalada do imperialismo norte-americano no continente. Por isso, o Partido convoca o ato nacional do dia 11 de janeiro de 2026, domingo, às 10h, na Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista, em São Paulo, com caravanas de vários estados.
Para contribuir financeiramente com a mobilização, ajudando na publicação de centenas de milhares de panfletos, cartazes e mais, envie uma contribuição para o Pix apoiar.venezuela@pm.me. Para mais informações, entre em contato: (11) 99741-0436.





