O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que governa o país latino-americano desde a chamada revolução bolivariana, que conduziu Hugo Chávez ao poder, anunciou um alto oficial militar como candidato ao governo de Essequibo, região que a Guiana roubou da Venezuela com a ajuda do imperialismo norte-americano e do imperialismo britânico.
Essa é a primeira vez que a Venezuela terá eleições para o governo da Guiana-Essequiba. O pleito deverá acontecer no dia 25 de maio, junto com as eleições para os demais governos regionais e as eleições parlamentares. Desde 2015, Essequibo vem chamando a atenção de todo mundo, graças às enormes reservas de petróleo descobertas pela ExxonMobil. A região tem cerca de 160 mil km² e representa 74% do território guianês, além de ter saída para o Oceano Atlântico.
“O almirante Neil Villamizar será próximo governador eleito de Essequibo”, disse o presidente Nicolás Maduro durante um ato no qual foram anunciados os nomes dos 24 candidatos a governador pelo partido chavista.
Villamizar tem 55 anos e desempenhou vários cargos dentro das Força Armadas da Venezuela. Entre julho de 2023 e outubro de 2024, foi comandante da Marinha. Presente no encontro com Maduro, Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV e liderança histórica do chavismo, destacou que também serão eleitos deputados representando a região roubada pela Guiana.
“Além de deputados de nossa Guiana-Essequiba, será eleito, pela primeira vez, o governador […] cumprindo um mandato dado pelo povo da Venezuela no referendo que foi feito neste país”, disse Cabello, em alusão a uma consulta interna realizada em dezembro de 2023 em que a esmagadora maioria do povo venezuelano concordou que seu país administrasse Essequibo.
O anúncio do PSUV deverá elevar as tensões junto ao imperialismo norte-americano. Na semana passada, o governo de Donald Trump havia ameaçado o país caribenho, caso levasse adiante seus planos de administrar Essequibo.
Curiosamente, os líderes da direita na Venezuela, Edmundo González e Maria Corina Machado, que são capachos do imperialismo, se posicionaram a favor da administração de Essequibo.
“Rejeitamos categoricamente qualquer opção de guerra, mas exigimos uma real defesa legal e estratégica, sem manipulação política ou ideológica. A soberania não é negociada nem cedida. Essequibo é da Venezuela e vamos defendê-lo. Os direitos da Venezuela sobre o território do Essequibo são indiscutíveis, fundamentados em títulos históricos e jurídicos sólidos”, disse González em nota.
Embora tenham sido financiados pelos norte-americanos para tentar dar um golpe contra o chavismo, nem mesmo Machado e González conseguem defender abertamente que Essequibo não é da Venezuela, pois isso implicaria em aumentar ainda mais a sua impopularidade, comprometendo ainda mais a sua liderança artificial.