Um grupo de 21 deputados norte-americanos, liderados pela parlamentar dos Rashida Tlaib, apresentou uma resolução reconhecendo formalmente as ações israelenses em Gaza como genocídio. A resolução também exige que os Estados Unidos cumpra suas obrigações legais sob a Convenção de Genocídio para prevenir e punir o crime.
Em um comunicado na sexta-feira, Tlaib, a única palestina-americana no Congresso, disse que a resolução “reconhece oficialmente que Israel cometeu o crime de genocídio contra o povo palestino em Gaza” e insta os Estados Unidos a “tomar medidas imediatas e concretas”.
“O genocídio do regime israelense em Gaza não acabou e não terminará até que ajamos”, diz o comunicado. Tlaib também condenou o governo dos Estados Unidos por permitir atrocidades ao dar à ocupação israelense um “cheque em branco para crimes de guerra e limpeza étnica”.
A resolução argumenta que as ações dos militares israelenses cumprem a definição legal de genocídio. Ela faz referência a baixas civis em massa, fome deliberada, destruição sistemática de infraestrutura e declarações oficiais que demonstram a intenção de destruir, total ou parcialmente, a população palestina em Gaza.
Entre as declarações citadas na resolução está uma do ex-Ministro da Segurança Israelense, Joave Galante, que declarou em 9 de outubro de 2023: “estamos impondo um cerco completo à Faixa de Gaza. Sem eletricidade, sem comida, sem água, sem combustível.”
A resolução foi endossada por mais de 100 organizações de direitos humanos. Elizabeth Rghebi, diretora de defesa do Oriente Médio na Anistia Internacional EUA, disse em um comunicado que a medida marca um passo crucial em direção à responsabilização.
“Esta resolução é um passo importante para reconhecer as ações de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza ocupada pelo que elas são – genocídio”, disse Rghebi. Ela enfatizou que, como signatário da Convenção de Genocídio, os EUA têm uma obrigação vinculante de agir.
Outros órgãos internacionais chegaram a conclusões semelhantes. A Comissão de Inquérito Internacional Independente da ONU, a Associação Internacional de Estudiosos de Genocídio, a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e o B’Tselem estão entre aqueles que rotularam a agressão israelense em Gaza como de natureza genocida.


