Editorial

Para recuperar confiança, governo deve mudar a política econômica

A catástrofe da tentativa de fiscalizar o pix foi uma grande derrota para o governo Lula. É preciso aprender com ela e fazer mudanças radicais na política econômica

O governo Lula tem a chance de aprender uma importante lição com o caso da fiscalização do Pix. Resta saber se haverá, de sua parte, a capacidade de analisar corretamente os fatos e absorver o aprendizado, o que não tem sido muito comum.

O caso foi a culminação de uma série de erros políticos cometidos pelo governo envolvendo sua equipe econômica. Tudo começou com pequenas tentativas de taxação, como as investidas de Haddad contra as lojas virtuais chinesas e outras coisas do gênero, as quais já serviram de plataforma para uma grande propaganda da direita contra o governo.

Logo após, tem-se o catastrófico “Plano Haddad”, que, embora tivesse sido divulgado como “o maior programa de redistribuição de renda da história do país”, se mostrou não ser nada disso e ser apenas mais um pacote de medidas que atacam a população pobre do país: pente-fino no Bolsa Família e BPC, teto de aumento para o salário-mínimo, fim do abono salarial para quem recebe até 2 salários-mínimos e outras medidas extremamente impopulares.

Como tudo isso passou sem que houvesse muita reação da população, o governo acreditou, erroneamente, que conseguiria passar mais uma dessas medidas para tirar o dinheiro do povo. Já explicada à exaustão neste Diário, a medida de fiscalização do pix se tratava de um dispositivo que obrigava todas as instituições financeiras a declararem para o governo quando um de seus clientes realizava movimentações de mais de R$5 mil reais durante um mês (sejam elas através de pix, cartão de crédito ou débito, transferências, saques etc.). Após o aviso, essa pessoa seria fiscalizada durante 12 meses a fim de ver se ela não deveria pagar impostos para a Receita Federal.

O governo, no entanto, teve que voltar atrás na medida, após uma intensa campanha da extrema-direita nas redes sociais, que teve como carro-chefe um vídeo do deputado Nikolas Ferreira, o qual teve mais de 300 milhões de visualizações e utilizava, inclusive, uma série de críticas feitas pelo próprio Partido da Causa Operária para atacar o governo do PT.

A revogação da medida de forma alguma significa que o governo irá recuperar parte do seu apoio ou popularidade perdido com a catástrofe gigantesca que se seguiu à divulgação da medida em um primeiro momento. No entanto, era a única coisa a se fazer. Seguir adiante teria sido muito pior.

O passo atrás configura, de fato, uma derrota catastrófica do governo e ele não é o suficiente para que a população recupere a confiança. É preciso ir além, é preciso reverter toda a política econômica anti-popular do governo. A primeira medida deve ser trocar toda a equipe, começando pelo próprio ministro Fernando Haddad e pela ministra Simone Tebet. O governo deve dar uma mensagem clara para a população de que não irá mais tirar o dinheiro da população pobre e que, a partir de agora, irá tirar o dinheiro dos ricos. São necessárias medidas que melhorem a situação de vida da população, como aumento de salários, fim do desemprego, aumento dos auxílios para as pessoas muito pobres e outras medidas assim. Caso o governo continue com a mesma política que vem levando adiante até aqui, ele corre o risco de, inclusive, cair.

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