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Política internacional

Para onde vão os BRICS em 2025?

Os BRICS se encaminham cada vez mais para um choque com o imperialismo, isso os torna alvos da contra-ofensiva das nações imperialistas 

O ano de 2023 pode ser considerado o ano de retorno, de ascensão dos BRICS. O retorno de Lula ao governo do Brasil, inicialmente com uma política internacional firme, junto a vitória da Rússia em sua guerra contra a OTAN na Ucrânia foram a chave para o fortalecimento dos BRICS. A Rússia já crescia as organizações asiáticas, o Acordo de Cooperação de Xangai, por exemplo, mas o BRICS tem esse caráter internacional, que inclui América Latina e África, era a organização perfeita para aglutinar os países oprimidos.

Mas em 2024 começaram a aparecer os problemas. A ofensiva imperialista, que se materializou com diversos golpes de Estado no mundo e uma enorme pressão sobre os governos dos países oprimidos, como no Brasil, começou a mostrar os problemas que o BRICS enfrentaria. O primeiro deles foi a Argentina, a eleição de Milei, consequência da intervenção imperialista na Argentina, tirou o país do bloco. Já na Arábia Saudita a entrada no bloco não aconteceu formalmente devido a pressão direta dos EUA.

O bloco que deveria ter 11 países ficou com apenas 9: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. O núcleo que se formou foi a Rússia e o Irã, mais na questão militar e política, e a China, na questão econômica. Os demais países todos sofre uma pressão muito grande do imperialismo. O Brasil foi o principal problema, sendo um país forte no BRICS e sendo Lula uma figura muito importante na diplomacia mundial, mais bem vista que Putin e Xi Jin Ping por exemplo, o imperialismo fez questão de intervir no País.

O resultado disso foi a vergonhosa ação do governo Lula no Congresso dos BRICS em Cazã, na Rússia, que vetou a entrada da Venezuela no bloco de amigos dos BRICS. Essa rachadura interna foi uma grande demonstração da dificuldade desse bloco avançar sem se chocar com o imperialismo, que adota medidas extremamente violentas neste momento. Assim, invés de adicionarem novos paíse ao bloco e correr o risco de acontecer o mesmo que houve na Argentina foi criado a categoria de “Amigos dos BRICS”, estes são: “Turquia, Indonésia, Argélia, Bielorrússia, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda”.

O padrão ainda é o mesmo, nações medianas ou até pequenas, mas que podem se tornar importantes parceiros econômicos dos BRICS. Algumas inclusive tem governos reacionários, como na Nigéria, mas que a burguesia tem tantas relações com a China que a pressão para entrar no bloco é grande. Foi o caso do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, dois governos ultra reacionários que colaboram com “Israel” em seu genocídio em Gaza, mas que economicamente se deslocam para o bloco dos BRICS.

O grande agente dos BRICS no ano de 2024 foi a Rússia, não apenas porque o país já é um ator importante no bloco por si só, mas porque possuía a presidência dos BRICS. Jornalistas como Pepe Escobar, defensores da Rússia e do BRICS, afirmaram que Putin estava trabalhado por dois anos em um já esperando uma ação muito fraca do governo brasileiro. Depois do veto à Venezuela a situação do Brasil realmente ficou muito feia para os países membros. A ideia do bloco era ignorar completamente a campanha imperialista contra as nações e se formar uma aliança econômica.

A ação do Brasil abriu margem para outros países serem vetados, países que estão na mira do imperialismo. Por exemplo o Níger, o Máli e o Burquina Fasso, que lutam uma guerra contra os franceses por sua libertação nacional. Com a presidência no Brasil a próxima cúpula será no País e isso impedirá Vladimir Putin de estar presente pois a Polícia Federal pode prende-lo a mando do Tribunal Penal Internacional, mais um enfraquecimento do bloco que não será sua grande liderança política presente.

A grande questão para os BRICS agora é a intervenção do imperialismo. A campanha de golpes de Estado contra governos nacionalistas no mundo todo tem como alvo essa aliança anti-imperialista. Um caráter crucial é que o imperialismo se prepara para uma grande guerra, nessa conjuntura a China, o Irã, a Rússia e a Coreia do Norte são os principais alvos. Mas elas tendem a ter aliados como a Bielorrússia, a Mongólia, a Venezuela, Nicarágua etc. O imperialismo quer minar essas alianças, ninguém pode estar no bloco anti-imperialista no momento que essa guerra começar.

O BRICS nesse sentido tende a se desenvolver nessa direção militar e o imperialismo sabe disso. Mais uma vez citando Pepe Escobar, um jornalista especializado em análises sobre os países atrasados, após a intervenção na Síria no final de 2024, já começou a cunhar o termo primeira guerra dos BRICS. Ou seja, o imperialismo precisa minar, enfraquecer essa aliança até mesmo por uma questão militar.

A possibilidade da criação de uma moeda própria também seria um desastre. Os EUA controlam o sistema financeiro internacional por meio do dólar desde a Segunda Guerra Mundial. Os BRICS poderiam acabar com isso, seria uma tragédia pra o imperialismo. Essa ameaça coloca os BRICS como grande alvo no ano de 2025.

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