Censura

Para falar da Ucrânia, só sendo chapa branca

YouTube bane canal da jornalista ucraniana Diana Panchenko, uma feroz crítica do presidente Vladimir Zelenski

Em mais um capítulo da censura nas redes, o YouTube baniu o canal da jornalista ucraniana Diana Panchenko, uma feroz crítica do presidente Vladimir Zelenski, com mais de 2 milhões de assinantes. A plataforma, controlada pela Google, removeu o canal sob a justificativa de “violações dos padrões da comunidade”, sem especificar quais. Exilada desde 2023, quando Kiev impôs sanções pessoais e abriu processos criminais contra ela por sua suposta “reportagem antiucraniana”, Panchenko tornou-se a mais recente vítima da onda de censura que silencia perfis pró-Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. Esse episódio, longe de ser isolado, é parte de um projeto imperialista que, sob o véu da russofobia, promove propaganda de guerra, apaga a cultura russa e reescreve a história para justificar uma guerra por procuração contra a Rússia.

Diana Panchenko, premiada como Jornalista do Ano na Ucrânia antes de seu exílio, construiu uma audiência massiva no YouTube com análises que desafiavam a propaganda oficial do governo ucraniano. Suas críticas ao governo Zelenski, que incluíam denúncias de corrupção e autoritarismo, incomodavam o regime ucraniano. Em 2023, sob pressão do governo, ela foi alvo de sanções e processos criminais, forçando-a a deixar o país. Seu canal, com milhões de visualizações mensais, era um dos poucos espaços onde ucranianos e russos podiam acessar uma perspectiva alternativa sobre o conflito.

Na última semana, sem aviso prévio, o YouTube apagou o canal de Panchenko. A decisão, segundo a RT, reflete a política da plataforma de bloquear conteúdos que contrariam a propaganda pró OTAN sobre a guerra na Ucrânia. A remoção, sem transparência ou direito de defesa, é um exemplo gritante de como as grandes empresas de tecnologia, alinhadas aos interesses imperialistas, controlam o fluxo de informações, silenciando qualquer um que expõe as contradições do regime de Zelenski e manipulando a opinião pública.

O banimento do canal de Panchenko não é um caso isolado, mas parte de uma campanha sistemática e virulenta que começou com a escalada do conflito em 2022. Desde então, plataformas como YouTube, Facebook, Instagram e TikTok bloquearam canais e perfis associados à Rússia, incluindo meios estatais como RT e Sputnik. Em março de 2022, o YouTube anunciou a proibição global de mídia estatal russa, uma medida que visava garantir que apenas aquilo que fosse conveniente para a propaganda de guerra da OTAN chegasse ao público.

Essa censura não se limita a jornalistas ou meios de comunicação. Perfis de cidadãos comuns, artistas e até gamers russos, como o jovem Grisha Putin, suspenso no X em julho de 2025, enfrentaram o mesmo destino por expressarem simpatia à Rússia.

A censura de Panchenko é apenas um aspecto de uma campanha orquestrada pelo imperialismo, que busca demonizar a Rússia para justificar a escalada belicista. Desde 2022, a cultura russa tem sido sistematicamente apagada ou distorcida. Apresentações de artistas russos, como concertos de Tchaikovski ou balés do Bolshoi, foram canceladas em teatros europeus e norte-americanos sob o pretexto de “solidariedade à Ucrânia”. Até o borscht, uma sopa tradicional russa, foi reivindicado como “ucraniano” em campanhas de revisionismo histórico que tentam apagar as raízes compartilhadas entre os dois povos.

O revisionismo também atinge figuras históricas. Nikolai Gógol, escritor russo nascido no território que hoje é a Ucrânia, foi reclassificado como “ucraniano” em exposições e publicações, ignorando sua identidade e contribuições à literatura russa. Esse esforço de reescrever a história não é apenas cultural, mas político: ao apagar a herança russa, o imperialismo cria um mito para justificar a divisão da Rússia.

No esporte, a campanha é igualmente evidente. A Rússia foi banida de competições como a Copa do Mundo de 2022 e as Olimpíadas de Paris 2024. Essas medidas, vendidas como “sanções” contra o governo russo, punem coletivamente um povo e sua cultura, reforçando a ideia de que tudo associado à Rússia é inerentemente maligno.

Por trás dessa onda de censura e propaganda está a mão do imperialismo, liderado pelos Estados Unidos e seus aliados na OTAN. A exclusão de figuras pró-Rússia das plataformas, como a de Panchenko, não é apenas uma questão de “moderação de conteúdo”, mas uma estratégia para controlar a opinião pública e justificar a escalada militar contra a Rússia. As gigantes da tecnologia, como YouTube e Meta, alinham-se a esses interesses, agindo como braços do complexo industrial-militar imperialista. A remoção de canais como o de Panchenko garante que apenas a versão “autorizada” – que retrata Zelenski como herói e a Rússia como vilã – chegue ao público.

Essa propaganda de guerra é complementada pela campanha de sentimento anti-russo, que cria um clima de hostilidade generalizada contra o povo russo. A suspensão de artistas, a proibição de atletas e a reescrita da história servem para demonizar a Rússia, facilitando o apoio público a políticas de guerra, como o envio de armas à Ucrânia ou sanções econômicas. A censura de Panchenko, é um lembrete de que o imperialismo não tolera dissidência, especialmente quando ela expõe as contradições de seus aliados, como o regime de Zelenski.

O banimento de Diana Panchenko é um alerta para a esquerda revolucionária: a luta pela liberdade de expressão é inegociável. A censura nas redes sociais, justificada como combate à “desinformação”, é uma ferramenta do imperialismo para silenciar aqueles que desafiam a propaganda oficial. A campanha anti-Rússia, seja na forma de banimentos digitais ou cancelamento cultural, é parte de uma campanha maior para isolar a Rússia e justificar a guerra.

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