O grande número de bancários doentes é o resultado direto das péssimas condições de trabalho nos setores e do constante assédio sofrido pela categoria, diante da voracidade por lucros dos banqueiros e seus serviçais.
Além de sofrer com a falta de funcionários e o aumento considerável da carga de trabalho, a cada dia os chefes estão exigindo mais dos trabalhadores, submetendo-os ao regime de chicote para cumprir as metas cada vez mais exigentes, mesmo sem as condições mínimas para isso.
Diante de tais condições, os bancários estão cada vez mais abandonados.
A Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil), que foi construída com o esforço da categoria, atualmente é controlada diretamente pela direção do banco, direção essa que patrocina o mais brutal ataque contra os trabalhadores (arrocho salarial, reestruturação, terceirização, demissão, descomissionamento etc.), ao mesmo tempo que promove uma gigantesca orgia ao transferir valores extraordinários para os latifundiários (hoje denominados com um nome bonitinho de agronegócio), que deram um calote de mais de R$2,73 bilhões, medida que reduziu o lucro do BB em cerca de 60% em comparação ao ano passado.
A direção do banco, que faz uma propaganda gigantesca em “ajudar” a enfrentar as “dificuldades” pelas quais passa a Cassi, pretende onerar, mais uma vez, os seus funcionários, como sistematicamente vem sendo feito com os supostos prejuízos da Cassi.
Na última reunião com representantes das entidades que compõem a comissão de negociação da Cassi com a direção do BB, no dia 10 de dezembro, no sentido de discutir soluções para o fortalecimento financeiro da Cassi (a previsão de déficit somente para este ano está em torno de R$700 milhões), os trabalhadores reivindicam do banco o “adiantamento de dez valores referentes ao 13º salário e a antecipação das despesas administrativas, referentes aos 12 meses de 2026, já em janeiro”. (Site Contraf/CUT 11.12.2025)
Logicamente, a direção do banco respondeu com uma negativa e afirmou que apenas anteciparia os valores de três 13º, sem nenhum adiantamento das taxas administrativas, “com a alegação de que já seria o suficiente para a construção conjunta de uma proposta futura a ser apresentada e aprovada pelo corpo de associados”. (Idem) Ou seja, a direção está apostando, mais uma vez, na mudança de estatuto da Cassi no sentido de onerar ainda mais os trabalhadores.
Lembrando que as despesas administrativas da Cassi no ano passado alcançaram a cifra de R$508 milhões, despesas essas que eram de total responsabilidade do banco e que, em uma dessas mudanças de estatuto, passaram a ser de responsabilidade da própria Cassi.
A Cassi é um patrimônio construído pelos trabalhadores e é a eles que cabem o seu gerenciamento e controle. Hoje, os seus administradores são escolhidos por seleção interna, coordenada pelo banco, que detém a prerrogativa de nomear o presidente da entidade.
A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil chega a ter uma receita de mais de R$3 bilhões, com cerca de 1 milhão de participantes, sendo um dos maiores planos de saúde de autogestão; ou seja, os próprios participantes são responsáveis pela gestão do plano, e não uma operadora de saúde comercial que visa apenas o lucro. É necessário que os funcionários do BB exijam dos seus representantes nas entidades de luta dos trabalhadores que organizem imediatamente uma mobilização em defesa da Cassi.




