Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac publicada nesta quarta-feira (24) mostrou que 79% dos eleitores norte-americanos acreditam que os Estados Unidos estão em crise política, com a maioria temendo que a violência política piore nos próximos anos.
Apenas 18% discordaram que há uma crise. Entre os filiados a partidos políticos, 93% dos democratas e 60% dos republicanos concordaram com a afirmação.
O levantamento foi realizado entre 18 e 21 de setembro, com 1.276 eleitores registrados em todo o país.
“De um suposto ataque à liberdade de expressão à fragilidade da democracia, uma onda de preocupação e pessimismo agita grande parte do eleitorado”, disse Tim Malloy, analista da pesquisa, no relatório. “Quase 80% dos eleitores registrados sentem que estão testemunhando uma crise política, sete em cada dez dizem que a violência política é um problema muito sério, e a maioria afirma que essa discórdia não desaparecerá tão cedo.”
A pesquisa surge após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, cuja morte em um evento universitário em Utah deu lugar a mais polarização.
O levantamento mostrou que 71% dos entrevistados veem a violência política como um “problema muito sério”, em comparação a 54% em junho. Outros 22% disseram ser um “problema relativamente sério”.
Malloy observou ainda que: “o assassinato de Kirk expõe preocupações brutas e bipartidárias sobre para onde o país está indo”.
Desde a morte de Kirk, membros do governo Trump culparam o “extremismo de esquerda”. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, atuando como apresentador do The Charlie Kirk Show, afirmou, sem provas, que “pessoas da esquerda têm muito mais probabilidade de defender e celebrar a violência política”.
Vance acrescentou: “Embora o nosso lado também tenha seus malucos, é um fato estatístico que a maioria dos lunáticos na política americana hoje são orgulhosos membros da extrema esquerda.”
Vance também relacionou, sem provas, um ataque recente contra uma instalação do ICE em Dallas a um “extremista violento de esquerda”, embora as autoridades não tenham identificado uma motivação, e nenhum agente tenha ficado ferido.
Segundo o levantamento, 58% disseram ainda não acreditar ser possível “baixar a temperatura”, enquanto 34% mostraram mais otimismo.
Mais da metade dos eleitores (53%) se disse pessimista quanto à proteção da liberdade de expressão nos EUA, enquanto 43% se mostraram otimistas.



