A decisão da ditadura sionista de obrigar prisioneiros palestinos libertados a vestirem camisetas com a frase “não nos esqueceremos, não perdoaremos” e um símbolo da Estrela de Davi causou revolta entre os palestinos e foi amplamente condenada como um at humilhante. No sábado (15), 369 reféns palestinos foram soltos em troca de três israelenses capturados na Faixa de Gaza, após dias de negociações tensas. Ao chegarem ao território palestino, os ex-detentos reagiram queimando as roupas impostas pelo regime sionista.
A troca de prisioneiros, organizada com a intermediação da Cruz Vermelha Internacional, foi marcada pela tentativa dos sionistas de humilhar os palestinos antes da libertação. Fotografias divulgadas pelo Serviço Penitenciário de “Israel” mostraram alguns dos presos usando as camisetas provocativas, enquanto outros preferiram virá-las do avesso para esconder a mensagem.
A família de vários libertados manifestou indignação com o tratamento degradante ao qual os prisioneiros foram submetidos. Em Khan Iounis, no sul de Gaza, imagens registradas pela Al Jazeera mostraram os palestinos queimando as roupas em sinal de repúdio, como no vídeo abaixo:
Principal partido da Revolulão Palestina, o Hamas denunciou a tentativa sionista de desumanizar os prisioneiros, descrevendo o episódio como um “crime racista”. Em comunicado, o grupo afirmou que “o crime da ocupação de impor slogans racistas aos nossos heroicos prisioneiros e tratá-los com violência e crueldade é uma flagrante violação das leis e normas humanitárias“. A nota ainda reforçou que a Resistência trata os prisioneiros israelenses com um padrão moral elevado, contrastando com os métodos sionistas.
O partido Jiade Islâmica Palestina também condenou o uso das camisetas, classificando a ação como mais uma expressão da política sistemática de humilhação praticada contra os palestinos. Para Mohamad Elmasry, professor do Instituto de Estudos de Doha, esse tipo de prática é parte da estratégia sionista para desumanizar os palestinos e reforçar sua política de ocupação.
Até mesmo dentro de “Israel” a decisão foi criticada. Segundo a Autoridade de Radiodifusão israelense, fontes internas revelaram que o comando político não foi informado previamente sobre a medida. O serviço penitenciário sionista, responsável pela iniciativa, foi liderado pelo comissário Kobi Yaacobi, que teria tomado a decisão de forma autônoma. A revelação demonstra as contradições internas do regime sionista, que muitas vezes recorre a medidas extremas para reforçar sua política de apartheid.
A Cruz Vermelha Internacional, que participou da troca de prisioneiros, manifestou preocupação com o tratamento dado aos detidos. Em declaração oficial, a organização destacou que já havia exigido que as transferências fossem feitas de maneira digna e privada, mas reconheceu ser necessário fazer mais para garantir que os prisioneiros palestinos não sejam submetidos a novos abusos durante as futuras negociações.
O caso das camisetas provocativas expõe a prática de longa data dos sionistas de humilhar e desumanizar os palestinos, reforçando a política de apartheid que define a ocupação. Para Xavier Abu Eid, analista político baseado em Belém, esse tipo de episódio não é uma novidade, mas tem um impacto profundo não só sobre os prisioneiros, mas também sobre suas famílias, que são forçadas a assistir às constantes tentativas sionistas de desmoralizar sua resistência.
A indignação com a medida imposta pela ditadura sionista reforça a importância da luta dos palestinos contra a ocupação e evidencia a hipocrisia dos aliados de “Israel”, que se calam diante dos mais grotescos abusos. A Resistência, porém, segue firme, mostrando que, ao contrário do que os sionistas tentam impor, o legado da luta pela libertação da Palestina é que não será jamais esquecido e nem os criminosos responsáveis pelo horror sionista, perdoados.