Minas Gerais

Operários da CEMIG reagem a ataques de Zema com greve

Luta dos eletricitários contra os ataques do governo Zema, deve ser apoiada pelas demais organizações operárias e da esquerda mineira

Na última segunda-feira (7), os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) iniciaram uma greve por tempo indeterminado em todo o estado, em resposta às medidas do governador Romeu Zema (NOVO) que ameaçam a categoria e fazem avançar a política de destruição da estatal, com vistas à sua privatização. A paralisação, liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), denuncia o aumento de 60,5% no plano de saúde dos operários, a retirada da contribuição mensal da empresa para o custeio do benefício e a pressão para que trabalhadores migrem para planos inferiores, descumprindo acordos firmados há mais de duas décadas.

O movimento grevista ganhou força com atos públicos realizados na terça-feira (8) em diversas cidades mineiras, culminando em uma grande manifestação na capital, Belo Horizonte, em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A mobilização reuniu trabalhadores ativos, aposentados e familiares, que protestaram contra o que chamam de “desmonte” da CEMIG.

Além do Sindieletro-MG, participam da luta o Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG), a Associação dos Eletricitários Aposentados e Pensionistas da CEMIG e Subsidiárias (AEA-MG), o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Juiz de Fora (STIEEJF) e a Associação dos Beneficiários da CEMIG Saúde e Forluz (ABCF).

Segundo as entidades sindicais, o reajuste abusivo no plano de saúde, batizado de CEMIG Saúde, pode impactar cerca de 57 mil beneficiários, em sua maioria idosos, que podem perder o acesso ao benefício. O Sindieletro-MG informou que a empresa enviou, na última sexta-feira (31), um boleto no valor de R$ 1.051,73 aos operários, transferindo integralmente o custo da cota patronal do plano, que antes era dividida com a estatal. “A CEMIG Saúde é nossa. E não abriremos mão do que é legítimo, conquistado com luta e unidade. A greve continua”, declarou o sindicato em nota oficial.

A mobilização também critica a terceirização generalizada na empresa. Dados do Sindieletro-MG apontam que, nos últimos anos, a CEMIG reduziu significativamente o quadro de funcionários concursados, substituindo-os por terceirizados em setores estratégicos, como manutenção e atendimento. Essa política, afirmam, faz parte de um projeto mais amplo do governo Zema para preparar a estatal para a privatização, seguindo o modelo adotado em outros estados, como o Rio de Janeiro, com a venda da Light.

O STIEEJF destacou que o aumento no plano de saúde foi aplicado sem a divulgação de um estudo atuarial que justificasse o reajuste, configurando uma medida arbitrária. A entidade alertou que, caso a mudança se consolide, milhares de trabalhadores e aposentados serão diretamente afetados, perdendo um direito essencial. A CEMIG, por sua vez, não se pronunciou oficialmente sobre as reivindicações até o fechamento desta matéria, apesar de tentativas de contato.

Essa luta dos trabalhadores da CEMIG contra os ataques do governo Zema, deve ser apoiada pelas demais organizações dos trabalhadores e da esquerda mineira. Trata-se de uma união fundamental para barrar a privatização e derrotar a política, que prejudica os operários da estatal e o povo mineiro, que sofrerá com tarifas mais altas e serviços de péssima qualidade.

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