Brasil

Operário morre por negligência e FUP denuncia: ‘morte anunciada’

Mesmo com um governo mais ligado aos trabalhadores, a empresa enfrenta a mesma política de degradação dos governos neoliberais anteriores

Nesta segunda-feira (23) a Federação Única dos Petroleiros, FUP, denunciou a morte de um operário que perdeu a vida por conta da negligência da gestão da Petrobrás. Segundo o sindicato se trata de “uma morte anunciada”. “Alertas não faltaram”, informa a FUP.

Carlos Rodrigo Medeiros, de 43 anos, morreu após ser atingido na cabeça durante uma movimentação de carga na Refinaria de Paulínia (Replan), a maior refinaria do Brasil em capacidade de processamento de petróleo, localizada em Paulínia, no interior de São Paulo. “A precarização das condições de trabalho, sobretudo dos empregados contratados, e a redução drástica de efetivos dos últimos anos transformaram as refinarias, terminais e demais unidades operacionais do Sistema Petrobrás em bombas-relógio”, continua a federação sindical.

As entidades sindicais afirmam que já vem fazendo graves denuncias sistematicamente sobre a situação deplorável da empresa e dos trabalhadores nos últimos anos. Os sindicatos também cobram ações efetivas da gestão de empresa para “garantir um ambiente de trabalho seguro” e de que todos os trabalhadores tenham o direito de “voltarem vivos para suas famílias”.

O sucateamento da empresa em larga escala começa ainda em 2013, junto ao processo golpista já em andamento pelo imperialismo contra a presidenta eleita do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff. Segundo dados da FUP, é neste ano que começa de forma efetiva o desmonte do que eles chamam se “Sistema Petrobrás”, com a diminuição de quase 100% do efetivo.

Os quadros próprios da empresa caíram de 86.108 trabalhadores, em 2013, para 46.730 empregados, em 2023, retrocedendo a patamares semelhantes aos da década de 1990. Carlos Rodrigo, era funcionário da empresa QWS, contratada da Replan. Apesar desta refinaria e outras estarem passando por uma expansão, o mesmo não acontece com o quadro de funcionários:

“Essa incoerência da gestão da Petrobrás é acompanhada por uma série de negligências com a vida dos trabalhadores, desde a permissão de gambiarras, até a imposição de dobras exaustivas nos turnos. A situação se agrava com a política de redução de custos anunciada pela presidenta Magda, que, faz indignar ainda mais a categoria, ao cogitar manter o pagamento de dividendos extraordinários para os acionistas, enquanto a empresa ‘aperta os cintos’.”

Segundo a FUP, mesmo com um governo mais ligado aos trabalhadores, a empresa enfrenta a mesma política de degradação dos governos neoliberais anteriores, em que a tercerização dos trabalhadores elevou a níveis críticos a situação e os acidentes com os funcionários. “Ao longo destas três últimas décadas, 404 trabalhadores morreram em unidades do Sistema Petrobrás, dos quais 331 eram prestadores de serviço e 73, empregados próprios”, denuncia a FUP.

De 2020 até os dias atuais, 19 trabalhadores contratados por terceiros perderam suas vidas, só ano passado foram 6. Segundo a federação sindical, os trabalhadores que morrem são os que possuem menos direitos e assistências às famílias em caso de acidentes justamente por conta do seu modelo de contrato, ou seja, totalmente desassistidos.

A situação da Petrobrás é clara, diminuir os orçamento para investimento na própria empresa para sobrar para acionistas e especuladores que muitas vezes nem mora no Brasil. A política correta e concreta que deve ser levada adiante pelos sindicatos e pelos trabalhadores é simples: tirar e empresa das mãos dos tubarões, estatizar todo o sistema Petrobrás a colocar o controle da empresa para os operários.

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