Porto Seguro

Operação do governo da Bahia prendeu 25 índios Pataxó de retomada

Operação "Pacificar" foi organizada pelo governo da Bahia em conjunto com latifundiários da região

Segundo informações exclusivas obtidas pelo Diário Causa Operária (DCO), a Operação “Pacificar” resultou na prisão de 25 índios Pataxó que estavam nas retomadas da Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal no município de Porto Seguro.

A operação criminosa do governo do Estado foi organizada pela Secretaria de Segurança Pública do estado da Bahia, juntamente com a direita latifundiária do Extremo Sul da Bahia contra os índios Pataxó que lutam pela demarcação de suas terras na região.

As prisões são absurdas e baseadas apenas na denúncia dos policiais que estavam no local. A operação foi orquestrada para cumprir 12 mandados de prisão, no entanto, a polícia aproveitou a ocasião para prender mais índios. Além disso, relatos dos próprios índios deixam claro que o número só não foi maior devido à ação da comunidade, que impediu novas prisões.

Dos 25 presos, 11 foram presos por porte ilegal de armas de uso restrito, mas nenhum foi dado o flagrante (e segundo informações da própria polícia, não foram encontradas 11 armas de “uso restrito”, uma acusação absurda).

As informações são que as “armas encontradas” estavam dentro da sede da fazenda, ou seja, no mínimo não pertenciam aos índios. Além de ser o modus operandi da polícia em implantar provas, forjar cenas do crime e dar testemunhos falsos.

Outro absurdo é que um índio foi preso por tentativa de homicídio contra um policial, sendo que havia dezenas de viaturas, centenas de policiais e até um helicóptero. Sem contar no fato de que o índio acusado sobreviveu! Todos sabem que a polícia não “perdoa” quem enfrenta, ainda mais quando um policial é baleado.

Um dos alvos principais é o Cacique Bacurau, da retomada Vale das Palmeiras, onde existem plantios de eucalipto da gigante Veracel Celulose (uma das maiores latifundiárias da região), onde sete índios foram presos. Bacurau já sofreu tentativas de assassinatos, uma delas teve sua casa alvejada com centenas de balas de fuzil, e foi preso vítima do Judiciário que presta serviços ao latifúndio.

As prisões e os alvos revelam que o governo do estado da Bahia, que faz muita demagogia com os índios, atendeu o chamado dos latifundiários e grileiros de terra. O governo estadual está perseguindo e colocando as forças de repressão do Estado para impedir a demarcação não somente a Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, mas de todas as terras dos índios da Bahia.

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