EUA

ONG do Partido Republicano difundiu identitarismo, revela sítio

Investigação conduzida por The Grayzone expõe financiamento de movimentos identitários em Bangladexe com recursos do IRI e do NED para desbalancear o país

Uma investigação conduzida pelo The Grayzone intitulada Why did Republicans fund ‘transgender dance’ in Bangladesh?, revelou que o Instituto Republicano Internacional (IRI), uma organização financiada pelo governo dos Estados Unidos e ligada ao Partido Republicano, utilizou recursos públicos para promover atividades identitárias e culturais em Bangladexe como forma de divulgação política. Entre as iniciativas financiadas estão apresentações de dança transgênero, produções artísticas e pesquisas sobre a comunidade homossexual no país, com o objetivo de fomentar mudanças políticas e sociais.

O IRI, fundado em 1983 e tradicionalmente liderado por figuras republicanas, implementou um programa chamado PAIRS (Promoting Accountability, Inclusivity, and Resiliency Support) entre 2019 e 2020. Um relatório interno do programa indica que ele foi projetado para recrutar grupos marginalizados, como a comunidade gay, para atuar como agentes de mudança política. Segundo os documentos obtidos, 24% dos participantes das atividades do IRI eram transgêneros, um número significativamente maior do que a proporção dessa população no país.

Entre as ações promovidas pelo instituto estão a maior pesquisa já realizada sobre pessoas LGBT em Bangladexe e a produção de mais de 200 obras artísticas identitárias abordando temas políticos e sociais. O objetivo declarado era capacitar novos ativistas para influenciar políticas públicas e promover mudanças sociais, sempre em alinhamento com os interesses do imperialismo no país.

Embora o Partido Republicano critique publicamente iniciativas associadas ao movimento woke (identitarismo) nos Estados Unidos, os documentos mostram que o IRI utilizou essas mesmas estratégias em Bangladesh. Segundo Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, essa abordagem é usada como ferramenta de política externa para fragmentar sociedades e criar condições favoráveis à intervenção norte-americana.

Em 2024, Sheikh Hasina, então primeira-ministra de Bangladesh, foi deposta em um golpe amplamente apoiado pelo imperialismo. A imprensa burguesa descreveu o evento como uma revolução democrática, mas documentos sugerem que Muhammad Yunus, figura próxima à burguesia imperialista e apoiado por organizações como a Clinton Global Initiative, foi colocado no poder com respaldo norte-americano e europeu.

As atividades do IRI em Bangladesh foram acompanhadas de perto pela embaixada dos EUA no país. Eventos fechados envolvendo ativistas LGBT e exposições artísticas identitárias patrocinadas pelos EUA resultaram na formulação de dezenas de propostas políticas direcionadas às autoridades locais. O financiamento do IRI provém do National Endowment for Democracy (NED), uma organização criada durante a Guerra Fria para substituir operações clandestinas da CIA, nada mais sendo do que uma fachada. O NED continua a investir milhões de dólares anualmente em programas destinados a fomentar golpes de Estado que alterem situações políticas em países ao redor do mundo. Allen Weinstein, cofundador do NED, afirmou que “muito do que fazemos hoje era feito secretamente pela CIA há 25 anos”.

Os documentos revelados pelo The Grayzone destacam como o IRI utilizou fundos públicos norte-americanos para promover mudanças políticas em Bangladexe por meio de iniciativas culturais e sociais. Apesar do discurso conservador doméstico do Partido Republicano, suas ações externas demonstram uma abordagem que não diverge muito da do Partido Democrata, ambos empenhados em utilizar o identitarismo para alcançar objetivos estratégicos dos Estados Unidos e do imperialismo nos países de capitalismo atrasado.

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