Na última terça-feira (8), o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou em Genebra que o bloqueio do país artificial à ajuda humanitária em Gaza eleva os riscos de doenças e mortes. Ele revelou que 75% das missões da ONU na região foram impedidas ou negadas na semana passada, dificultando socorro à população. Após seis semanas de cerco total, os estoques médicos enviados durante um cessar-fogo com o Hamas devem se esgotar em duas a quatro semanas, caso o bloqueio persista.
Tedros informou que mais de 10 mil feridos de guerra ou doentes em Gaza aguardam evacuação para tratamento no exterior, mas permanecem presos pela restrição. “O bloqueio contínuo aumenta o perigo de epidemias e óbitos evitáveis”, declarou. Durante o cessar-fogo de novembro de 2024, a OMS reabasteceu hospitais, mas a retomada da ofensiva de “Israel” em dezembro cortou novamente o fluxo de suprimentos. Segundo a ONU, apenas 15% da ajuda planejada entrou em Gaza desde então.
A situação sanitária é crítica. Relatórios da UNICEF apontam que 90% das crianças em Gaza sofrem desnutrição aguda, e surtos de hepatite A já foram registrados. O Ministério da Saúde palestino diz que 70% dos hospitais estão inoperantes devido à falta de remédios e combustível, agravada pelos ataques do enclave imperialista, que mataram 300 profissionais de saúde desde 2023.