Eleições presidenciais

O que quer a burguesia para 2026?

Colunista acredita que Lula já é vitorioso em 2026 e que a direita apenas se organiza para as eleições de 2030

Ontem, dia 30 de setembro, o colunista do Brasil 247 e sociólogo Emir Sader publicou um texto intitulado “Os esperneios de uma direita derrotada” no qual analisa as possibilidades da direita para as eleições do ano que vem, principalmente em relação à presidência, mas também, em relação ao governo do estado de São Paulo.

Sader inicia seu texto com a posse de Edson Fachin no STF e a visita de Tarcísio a Bolsonaro, que acontecia ao mesmo tempo, sendo está a primeira vez que o governador de São Paulo visita o ex-presidente desde a condenação.

Na sequência, com muito otimismo, ele diz:

O cenário é o da derrota da direita, que passa à defensiva. Quando se deram conta de que a anistia é impossível constitucionalmente, passaram a se dividir entre os que mantêm essa reivindicação, apesar de tudo, e os que apelam para as possíveis leis que permitiriam diminuir as penas. Aceita-se a condenação de Bolsonaro.

Não há nada que indique que a direita já está derrotada, primeiro, porque há diferentes setores da direita em disputa para as eleições do ano que vem, alguns que, inclusive, apoiaram a prisão de Bolsonaro e que apostam agora na eleição do próprio Tarcísio ou de alguma outra figura da direita. O próprio Alexandre de Moraes que condenou Bolsonaro é uma das personalidades que pertencem à direita e que fizeram o jogo nesse sentido.

Em segundo lugar, não há inconstitucionalidade em nenhuma anistia. O que existe é a interpretação de juízes do STF contrários à anistia e que usam a ideia da inconstitucionalidade para impedir que esse projeto vá para a frente. Ainda assim, apesar de difícil, não é impossível que a anistia não acabe acontecendo, dependendo de vários fatores.

Na sequência, Emir Sader diz:

Por outro lado, a direita também se resigna com a vitória de Lula para um quarto mandato. O próprio Tarcísio afirmou que vai concorrer à reeleição em São Paulo e não à Presidência da República. Dá-se conta do favoritismo de Lula e trata de evitar o pior cenário: ficar sem o governo de São Paulo e não conseguir a presidência da República.”.

Não é possível acreditar no que diz Tarcísio, principalmente pelo fato de que ele busca neste momento convencer a base bolsonarista de que ele pertencer de fato ao bolsonarismo. Recentemente, algumas conversas entre Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro vazaram e, em seu conteúdo, era possível perceber a preocupação de Eduardo em relação a Tarcísio disputar as eleições no lugar do pai.

É preciso entender que Tarcísio não é exatamente um bolsonarista, mas sim, uma personalidade que se aproveita da popularidade de Bolsonaro para conseguir se eleger. Muito mais próximo do imperialismo do que de Bolsonaro, Tarcísio não pode aparecer agora como um oportunista que somente esperava a condenação de Bolsonaro para se lançar como seu substituto nas eleições para presidente. É preciso convencer a base bolsonarista de que Tarcísio se preocupa de fato com Bolsonaro e que não fazia parte do esquema por sua condenação.

Também é importante ressaltar que algumas outras vezes já foi dito que Tarcísio não concorreria às eleições presidenciais, colocando mais uma impossibilidade em acreditar em sua palavra agora.

Por fim, caso o atual governador de São Paulo não concorra como candidato à presidência, existe a possibilidade de que outro direitista desponte em seu lugar. O que é certo é que as eleições presidenciais do ano que vem não estão certas para a vitória de Lula. A burguesia batalhou muito para condenar Bolsonaro e abrir caminho para outro direitista, mais controlável e com um a possibilidade de levar adiante uma política estilo o que está sendo feito por Javier Milei na Argentina, não é agora que vai desistir.

Sendo assim, afirmações como as que Emir Sader faz no parágrafo a seguir, são mais torcida do que realidade:

Todos os eventuais pré-candidatos à presidência pela direita concentram seus olhares em 2030, depois do quarto mandato de Lula, quando acreditam que possam ter maiores possibilidades de ganhar.”.

Uma prova disso é que em lugar nenhum do mundo estamos vendo vitórias de candidatos como Lula nas eleições presidenciais. Recentemente, Evo Morales foi completamente impedido de se candidatar na Bolívia, Cristina Kirchner foi condenada e até personalidades que sequer governaram e que são muito mais moderadas do que Lula, como é o caso de Jadue no Chile, sofrem extrema pressão da burguesia para não se candidatar.

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