HISTÓRIA DA PALESTINA

O que é a sionista Força de Segurança da Palestina

A função primordial das Forças de Segurança da AP sempre foi a "coordenação de segurança" com "Israel", um eufemismo para repressão e colaboração com a ocupação

As Forças de Segurança da Autoridade Palestina (AP) foram criadas como parte dos Acordos de Oslo, assinados em 1993, sob a promessa de conduzir o povo palestino a um Estado independente. No entanto, desde sua fundação, essas forças nunca tiveram como objetivo proteger os palestinos, mas garantir a segurança de “Israel” e reprimir qualquer forma de resistência à ocupação sionista. Bancadas por países imperialistas, especialmente os Estados Unidos e a União Europeia, as Forças de Segurança da AP transformaram-se em um exército de mercenários voltado contra o próprio povo, consolidando a corrupção e a traição da liderança palestina por meio de pagamentos que somam mais de US$1,2 bilhão oficialmente, desde 2007.

Com a assinatura dos Acordos de Oslo, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Iasser Arafat, concordou em estabelecer a Autoridade Palestina como um governo interino nos territórios ocupados. Como parte desse acordo, foram criadas 14 agências de segurança distintas, muitas delas rivais entre si, mas todas subordinadas ao partido Fatá e utilizadas para consolidar o controle interno. Em pouco tempo, essas forças alcançaram cerca de 50 mil homens, um efetivo que, em vez de ser utilizado para defender os palestinos, passou a atuar como uma extensão do aparato repressivo sionista.

A função primordial das Forças de Segurança da AP sempre foi a “coordenação de segurança” com “Israel”, um eufemismo para repressão e colaboração com a ocupação. As autoridades palestinas assumiram o papel de caçar e prender militantes da resistência, entregando combatentes a “Israel” e reprimindo protestos populares.

Durante a Segunda Intifada (2000-2006), as Forças de Segurança da AP foram desmanteladas por “Israel”, que temia sua eventual insubmissão. Ao fim da revolta, os governos imperialistas investiram bilhões de dólares para reconstruí-las, desta vez sob um controle ainda mais estrito. A “reforma” dessas forças foi liderada pelo general norte-americano Keith Dayton, cujo objetivo declarado era “criar uma nova cultura de segurança palestina”. Na prática, significava transformar as Forças de Segurança da AP em agentes da repressão antipalestina, garantindo que qualquer tentativa de resistência fosse contida internamente, sem a necessidade de intervenção israelense direta.

Desde então, a AP recebe financiamento maciço dos Estados Unidos e da União Europeia, que cobrem seus orçamentos bilionários e garantem um alto padrão de vida para a burocracia que a administra. Enquanto o povo palestino vive sob ocupação, pobreza e perseguição, os oficiais das Forças de Segurança da AP desfrutam de altos salários, equipamentos modernos e um aparato de poder que os protege de qualquer responsabilização.

Um dos exemplos mais emblemáticos da colaboração das Forças de Segurança da AP com “Israel” foi o assassinato de Basil Al-‘Araj, militante palestino que foi primeiro preso pela AP, liberado e, pouco depois, caçado e morto por “Israel”. O caso gerou revolta, mas ilustrou o papel das forças da AP como um serviço terceirizado de repressão.

Outro caso notório foi o assassinato de Nizar Banat, um ativista que denunciava a corrupção da AP e seu alinhamento com “Israel”. Banat foi brutalmente espancado até a morte pelas Forças de Segurança da AP em junho de 2021, e os protestos subsequentes foram duramente reprimidos.

Em cidades como Jenin e Nablus, essas forças ajudaram “Israel” a identificar e capturar combatentes da resistência. Em 2023, dezenas de militantes foram presos pela AP, incluindo ex-prisioneiros libertados por “Israel”, com relatos de tortura nas prisões palestinas.

A corrupção e a distância do povo palestino

O financiamento estrangeiro não só fortalece o aparato repressivo da AP, mas também sustenta uma burocracia corrupta que se beneficia diretamente da ocupação. Enquanto os líderes da AP acumulam riqueza e mantêm privilégios, o povo palestino sofre com a falta de serviços públicos, desemprego e a constante violência da ocupação.

A sobrevivência da AP depende diretamente da continuidade da ocupação israelense. A sua existência como um governo “autônomo” é garantida pelo fato de que serve aos interesses sionistas, reprimindo qualquer tentativa de insurgência.

A história das Forças de Segurança da AP é a história de uma traição sistemática. Criadas para garantir a segurança de “Israel”, financiadas pelo imperialismo e utilizadas para reprimir a própria resistência palestina, essas forças são um entrave para a libertação nacional.

A verdadeira luta pela Palestina só será possível com o desmantelamento desse aparato de repressão e a construção de uma resistência independente, comprometida com os interesses do povo. Enquanto as Forças de Segurança da AP existirem, seguirão sendo um obstáculo para a libertação da Palestina e um instrumento de colaboração com o inimigo.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.