Constituída como grupo de autodefesa com a finalidade de garantir a soberania nacional, a força popular conhecida como Milícia Nacional Bolivariana (MNB), ou simplesmente Milícia Bolivariana, é composta por aproximadamente 4,5 milhões de membros, todos voluntários.
Inicialmente, era constituída de funcionários públicos e militares que apoiavam o ex-presidente Hugo Chávez, que governou a Venezuela de 1999 a 2013. Com o aprofundamento de sucessivas crises provocadas pelas sanções e por várias tentativas de golpes de líderes da oposição e da burguesia, como Henrique Capriles e Juan Guaidó, e na defesa das conquistas obtidas pela Revolução Bolivariana, as Forças da Milícia Bolivariana se tornaram parte oficial do Estado venezuelano. O decreto da Presidência n.º 3560 instituiu um comando de reservistas militares e de mobilização nacional permanente, organizando as mobilizações populares que foram vitoriosas em restaurar o governo de Hugo Chávez em 2002, realizando uma integração institucional entre os funcionários públicos, militares e voluntários reservistas como um corpo unificado e oficial. Além disso, com o decreto n.º 3561, publicado na Gaceta Oficial n.º 38158 em 4 de abril de 2005, o militar Julio Ramón Quintero Viloria foi nomeado comandante-geral da reserva nacional das Milícias Bolivarianas, tornando-a uma força popular política de apoio ao Exército venezuelano na defesa da soberania nacional frente às ameaças externas.
Em 13 de abril de 2009, por resolução do Ministério do Poder Popular para a Defesa, publicada na Gaceta Oficial n.º 39156, as milícias bolivarianas tornaram-se um corpo de reserva militar e de mobilização nacional, com um novo comando geral, no atual formato de Milícia Nacional Bolivariana, órgão permanente do Estado Venezuelano. Em 11 de abril de 2002, instituiu-se o aniversário das mobilizações populares da sociedade venezuelana contra o golpe de Estado ocorrido contra o presidente Hugo Chávez, golpe que foi documentado na obra audiovisual conhecida como A Revolução Não Será Televisionada, feita pelos cineastas Kim Bartley e Donnacha O’Brian e estreada em 2003 na Finlândia.
A oposição ao governo de Nicolás Maduro qualifica a milícia como um “exército político” criado por seu antecessor, Hugo Chávez. Eles, inclusive, utilizam a imprensa internacional, como o jornal espanhol El Mundo, alegando que a milícia usa de “violência para silenciar a dissidência ou jornalistas que não se curvam ao discurso do regime”. Apesar das alegações da oposição, a imprensa segue exercendo seu trabalho no país caribenho sem detenções, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos ou em “Israel”, por exemplo.
Organizados em corpos combatentes, principalmente de trabalhadores de instituições e empresas públicas e, em alguns casos, privadas, em cada região, de acordo com a residência ou vínculos com a administração pública, eles são responsáveis pelo treinamento das equipes operacionais, que se mantêm sempre à disposição e se reportam ao Comando Geral da Milícia Nacional Bolivariana. Estes treinamentos incluem assuntos como infantaria, comunicações e primeiros socorros, articulados com as forças de segurança e defesa nacional. Eles também realizam avaliações médicas regulares e cursos de formação em áreas específicas como paraquedismo, comando, instrução de helicóptero e mergulho.




