Brasil

O que disse a imprensa golpista sobre condenação de Bolsonaro?

Jornais apoiaram decisão da Corte, ainda que com ressalvas quanto às "heterodoxias" de Alexandre de Moraes

Até o fechamento desta edição, apenas Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo, dentre os grandes jornais da burguesia, haviam publicado editoriais sobre a condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão. Ambos, contudo, expressaram uma unidade dos capitalistas em torno da condenação, ainda que tenham feito ressalvas.

“A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes correlatos, engrandece o Brasil”, iniciou o Estado de S.Paulo, em artigo entusiasmado intitulado A Justiça heroica contra o golpismo. A Folha de S.Paulo, por sua vez, foi um pouco mais contida, alegando que “o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados de tramarem contra a democracia terminou com a justa e legítima condenação dos réus”.

O Estadão afirma ainda que “a decisão do STF de não condenar apenas o líder civil da trama golpista resgata uma condição indispensável para o desenvolvimento do Brasil: na democracia, não há lugar para tutela militar sobre os destinos do País. Tampouco há espaço para indulgência com traidores da Pátria, sejam paisanos ou fardados”. A Folha, por sua vez, alegou que “não se deve tirar o foco do essencial — a tentativa, da parte de um grupo vencido nas urnas, de manter-se no poder à força” e que “a iniciativa criminosa partiu de Bolsonaro e seguidores”.

A principal diferença entre os dois editoriais está nas críticas ao STF. O Estadão não viu maior gravidade nos erros cometidos pela Corte, considerando simplesmente que eles são resultado do “ineditismo do processo”. Para o jornal da Família Mesquita, a “democracia brasileira passou com poucos arranhões por seu maior teste desde o fim da ditadura militar e soube lidar com uma ameaça real à sua existência”.

Para a Folha, no entanto, as penas foram demasiadamente duras. O jornal afirma que houve “exageros no tamanho das penas e se espera razoabilidade na definição do regime em que as prisões serão cumpridas”. O editorial explica que “é difícil explicar à população por que o STF determinou 27 anos e três meses de prisão ao ex-presidente, sentença maior que muitas aplicadas a homicidas”.

A Folha destaca ainda que o julgamento deveria ter sido realizado pelos 11 ministros do STF, e não por apenas cinco, e que “heterodoxias e os arroubos do relator, Alexandre de Moraes, tampouco são ocorrências de se admirar”.

Apesar das ressalvas, o artigo conclui com o apoio à condenação:

“Mas nada disso — é importante frisar — retira a legitimidade do que foi decidido nesta quinta-feira (11). O Estado de Direito se consuma na observância de suas regras, e elas foram todas cumpridas, com margens para interpretações diversas cabíveis.”

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