Em 2020, a direção do Banco do Brasil lançou o programa “Performa”, que, ao contrário da propaganda enganosa do banco — segundo a qual a iniciativa teria “foco na valorização e desempenho dos funcionários e no incentivo ao desenvolvimento profissional” —, acabou prejudicando todo o funcionalismo.
A falsa promessa de “oportunidades”, apresentada como um programa de qualificação e um “novo modelo de remuneração, premiação e avaliação”, revelou-se um autêntico canto da sereia.
Os efeitos do programa são extremamente negativos. Em vez de aumentar as gratificações dos trabalhadores, a remuneração foi reduzida. Ao assumirem novas funções, muitos passaram a receber valores menores. Além disso, funcionários que desempenham as mesmas funções que outros com salários mais altos recebem menos, evidenciando a falta de critérios justos. O programa também extinguiu a efetividade da gratificação das funções de caixa executiva, assistentes e supervisores.
Uma parcela significativa dos trabalhadores encontra-se hoje em situação financeira crítica, e essa realidade tende a se agravar no próximo período.
Os funcionários vêm sofrendo ataques sistemáticos ao longo dos últimos anos. Além do arrocho salarial, a política de pessoal da direção do banco intensificou-se com o fechamento de centenas de agências e departamentos, demissões em massa, transferências compulsórias, pressão e perseguição por parte de comissionados, aumento brutal da jornada e sobrecarga de trabalho.
Como consequência, o banco registra hoje centenas de afastamentos por doenças relacionadas às condições laborais, incluindo problemas cardíacos, distúrbios gastrointestinais, fadiga, instabilidade emocional e lesões por esforços repetitivos.
Diante dessa ofensiva reacionária da direção do Banco do Brasil, é urgente a organização de uma campanha pela convocação de um Congresso extraordinário dos trabalhadores do BB, com delegados eleitos por local de trabalho, para debater e definir um programa de lutas. Entre as pautas fundamentais, devem estar: o fim do Performa e da reestruturação; a implementação de um Plano de Cargos e Salários que atenda aos interesses dos funcionários; a reposição integral das perdas salariais; um piso salarial de R$7 mil e a readmissão dos demitidos.