Política nacional

O fim do PSDB e a volta da Arena?

Enquanto o PSDB se funde ao Podemos para evitar a extinção, PP e União Brasil reconstroem a Arena e formam a maior bancada do Congresso

A executiva nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) aprovou por unanimidade, nessa terça-feira (29), a autorização para o início do processo de fusão com o Podemos. A reunião ocorreu em Brasília e contou com 38 votos favoráveis, incluindo o do governador Eduardo Leite (RS), que participou virtualmente. Apesar do voto a favor, Leite ainda avalia se permanecerá na nova legenda.

A agremiação que resultar da fusão adotará provisoriamente o nome “#PSDB+Podemos” e deverá manter o número 20, atualmente utilizado pelo Podemos. O símbolo do PSDB, o tucano, deverá ser preservado. A direção será exercida inicialmente em formato de rodízio entre dirigentes dos dois partidos.

O objetivo declarado pelas direções partidárias é buscar convergências para formar uma legenda de centro, “longe dos extremos”, segundo nota do PSDB. A convenção nacional que deverá formalizar a fusão está marcada para o dia 5 de junho. Há também negociações para incluir o Solidariedade na federação que será criada posteriormente.

O PSDB passa por um encolhimento acentuado. Em 1998, elegeu 99 deputados federais e sete governadores. Nas últimas eleições, o partido ficou com apenas 13 deputados, três governadores e nenhum senador. A eleição municipal de 2024 foi a pior da história da legenda.

Paralelamente, PP e União Brasil formalizaram uma federação nesta terça-feira (29), que será chamada de União Progressista. Com 109 deputados na Câmara e 14 senadores, a federação se tornou a maior força parlamentar do Congresso, superando o PL (91 deputados) e a federação PT-PCdoB-PV (80 deputados). A direção será exercida por rodízio. O atual presidente do União Brasil, Antônio Rueda, assumirá a presidência da federação até dezembro, ao lado de Ciro Nogueira, presidente do PP.

A nova bancada poderá lançar candidatura própria à presidência em 2026. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, já se colocou como pré-candidato. Outros nomes também circulam, como o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, apontado como possível cabeça de chapa ou candidato à vice.

Atualmente, há três federações registradas no TSE: PT-PCdoB-PV; PSOL-Rede; e PSDB-Cidadania, esta última com previsão de encerramento em 2026, diante da decisão do Cidadania de romper a aliança. A fusão entre PSDB e Podemos tornaria essa federação obsoleta.

PSDB afunda, e a Arena volta à superfície

O que se vê com a fusão do PSDB e a criação da superfederação entre PP e União Brasil é o colapso completo do regime partidário montado na chamada Nova República. O PSDB, que já foi o principal partido da burguesia brasileira durante o governo Fernando Henrique, está encerrando sua trajetória como força auxiliar do Podemos, um partido menor. Vai deixar até o próprio número — o 45 — para trás. Uma decadência total.

Enquanto isso, os herdeiros da Arena, partido que sustentou a ditadura militar, estão se reorganizando com força total. A federação PP-União Brasil será a maior bancada da Câmara. Um bloco com estrutura, dinheiro e intenção declarada de disputar a presidência em 2026. Se no passado a Arena dissolveu-se formalmente, agora está de volta com todos os seus quadros reagrupados.

É bom lembrar que essa crise é também — e principalmente — a crise da política que o governo Lula aplica hoje. Um governo que insiste em repetir a mesma receita do PSDB: submissão ao mercado financeiro, aliança com partidos burgueses, reformas contra os trabalhadores. A queda do PSDB mostra o resultado disso. Não é uma política de renovação, mas de esgotamento.

A fusão com o Podemos, nesse cenário, não significa sobrevida para o tucanato, mas seu enterro definitivo. O partido que comandou o país durante o auge do neoliberalismo vai acabar como linha auxiliar do centrão. Nem FHC, nem Tasso, nem Covas escapam do fracasso desse projeto.

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